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UE pondera aumentar apoio financeiro cinco vezes para combate ao terrorismo no país

A União Europeia planeia aumentar cinco vezes o apoio financeiro a Moçambique. O bloco recomenda 15,3 milhões de dólares até 2024 para a missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, que combate o terrorismo em Cabo Delgado.

O documento preparado pelo Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE), bloco do Ministério das Relações Exteriores da União Europeia (UE), citado pela Reuters, recomenda 15,3 milhões de dólares até 2024 para a missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que combate o terrorismo, junto às Forças de Defesa e Segurança (FDS) e do Ruanda.

Um porta-voz da UE confirmou à Reuters que foi proposto apoio financeiro adicional à missão da SADC, mas recusou-se a comentar mais uma vez que o assunto ainda estava a ser discutido pelos Governos da UE.

Um funcionário da SADC também confirmou à mesma agência de notícias um pedido de apoio da UE, mas acrescentou que os países da SADC continuarão a fornecer apoio financeiro fundamental à missão.

Moçambique tem a terceira maior reserva comprovada de gás em África, depois da Nigéria e da Argélia. A UE teme que, sem apoio às intervenções militares, Moçambique possa voltar a perder o controlo do seu inquieto norte.

O aperto de energia devido à guerra na Ucrânia deu ímpeto à corrida da Europa por gás na região Norte, onde as empresas petrolíferas ocidentais planeiam construir um enorme terminal de gás natural liquefeito (GNL).

A medida também ocorre quando o Ocidente procura combater a influência russa e chinesa no país, três anos depois que a empresa militar privada russa Wagner retirou a maioria de suas forças.

A UE já se comprometeu a fornecer ao exército do país 45 milhões de euros adicionais (45 milhões de dólares) de apoio financeiro, e até agora disponibilizou à missão da SADC 2,9 milhões de euros de financiamento.

O novo apoio da UE seria limitado a equipamento não projectado para fornecer força letal, incluindo radares, detectores de minas, barcos e suprimentos médicos, disse o documento da UE, apesar das necessidades da SADC de material letal.

Apesar dos atrasos, a Total ainda planeia iniciar a produção em 2024 a partir de reservas de gás estimadas em triliões de pés cúbicos (tcf), mais do que a quantidade de gás que a UE importa anualmente da Rússia.

A empresa petrolífera italiana ENI (ENI.MI) espera iniciar os embarques de um campo de gás offshore próximo este ano, usando um terminal flutuante de GNL que pode processar apenas quantidades limitadas de gás.

Outras grandes empresas de petróleo, incluindo a gigante americana ExxonMobil (XOM.N), também estão a operar na região.

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