Na partida em atraso, realizado esta quarta-feira, a União Desportiva de Songo venceu o Maxaquene, por duas bolas a uma e aproxima-se cada vez mais do Costa do Sol, líder, agora com mais três pontos que os “hidroeléctricos”. Já os “tricolores” afundam-se ainda mais na zona da despromoção.
Um jogo que tem muita história por se contar, tendo em conta os objectivos que cada uma das equipas levava para o jogo desta quarta-feira, de atraso, referente a 19ª jornada do Moçambola 2019.
O Maxaquene, por um lado, na zona da despromoção, sabia que uma vitória tirava a equipa da zona onde se encontra, pois pulava da 13ª para a 8ª posição da tabela classificativa.
Por outro lado estava a União Desportiva de Songo, que sabia que uma vitória reduzia a desvantagem pontual com o Costa do Sol, líder da prova, de seis para três pontos.
As duas equipas entraram receosas, culpa do estado da relva do campo do Afrin, que não permite que os jogadores desenvolvam o seu futebol de forma mais pura e alegre.
O facto é que o jogo tinha, também, uma particularidade: marcava o reencontro e regresso de Candinho com o “seu” Maxaquene, quatro meses depois da saída da casa dos “maxacas”.
Candinho ainda teve a oportunidade de marcar à sua antiga equipa, aos 24 minutos, mas o seu cabeceamento saiu ligeiramente ao lado do poste direito da baliza de Jonas, mais uma vez chamado a defender a baliza do Maxaquene.
Os “tricolores” apostaram em jogadas de longa distância, com passes direccionadas para frente, na tentativa de encontrar a velocidade de Mutong, Hermínio e João, mas sem sucesso.
A equipa de arbitragem, principalmente o 1º assistente, Carlos Mussane, entrou em cena algumas vezes, primeiro ao anular um golo de Luís Miquissone, após passe de cabeça de Telinho, ao considerar fora de jogo do internacional moçambicano.
Amid Tarmamade não gostava da actuação da sua equipa e principalmente de João, na frente do ataque, acabando por trocar o jogador ainda na primeira parte, aos 40 minutos, fazendo entrar Silima.
Mas antes, Telinho atirou uma bomba, de fora da área, depois de combinar com Luís Miquissone, a bater Jonas, pela primeira vez, sem dar hipóteses de defesa a este.
A vantagem dos “hidroeléctricos” no final da primeira parte preocupava os “tricolores” e seus adeptos, que já começam a desmoronar, até porque Carlos Mussane voltou a anular um golo limpo de Luís Miquissone, alegadamente por fora de jogo inexistente.
Dois penáltis e um vermelho a aquecer o jogo
Verdade ou não, Amid Tarmamade tirou do jogo Silima, que entrara a substituir João, e meteu para o seu lugar Tomás. Parecia que não gostava da actuação dos seus jogadores e não sabia a quem tirar para fazer a equipa carburar melhor.
As duas equipas não avançavam e o relvado não ajudava. O espectáculo só voltou a se ver já no final do jogo. Aos 84 minutos, Luís Miquissone combina com Telinho, que dentro da área remata, mas Domingos, também conhecido por Mexer, defende com a mão e, Eduardo Chissano aponta para a marca da grande penalidade. Luís Miquissone, o capitão, aproveitou para fazer o seu 13º golo e reduzir para sete os golos que o separam de Eva Nga, melhor marcador da prova.
Quando se esperava que o jogo assim terminasse, mais um lance discutível e ajuizado por Eduardo Chissano. A falta de Tony, da UD Songo, sobre Hermínio, do Maxaquene, parece ser em cima da linha da grande área, mas o árbitro aponta para a marca da grande penalidade e Mexer redimi-se do penálti que provocou e reduz a diferença.
Ainda houve tempo para Fopa ver o segundo amarelo e ser expulso, antes do final do jogo. Um jogo que a União Desportiva de Songo aproveitou para preparar o jogo de domingo, no Estádio Nacional do Zimpeto, diante do Bidvest Wits da África do Sul, em partida do play-off de acesso a fase de grupos da Taça CAF.
Adeptos do Maxaquene ainda com esperança de manutenção
Os adeptos do Maxaquene, tristes com a segunda derrota consecutiva dos “tricolores”, prometem não abandonarem a equipa e acompanharem em todos os momentos. Estes consideram um fase menos boa esta que a equipa está a atravessar e garantem que a manutenção não está em causa.
Aliás, a esta altura, uma vitória é suficiente para tirar a equipa da zona da despromoção, mas os adeptos sabem que não será tarefa fácil, tendo em conta os adversários que ainda tem pela frente até ao final da prova, nomeadamente a Liga Desportiva de Maputo, o Ferroviário de Nacala, o Desportivo e o Ferroviário, ambos de Maputo, entre outras.
Única esperança dos adeptos “tricolores” é garantir, nos próximos jogos, pelo menos 10 pontos que garantam a manutenção da equipa na prova mor do futebol moçambicano.