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Turismo começa a ressentir-se do impacto das manifestações

Foto: O País

A maior agência de viagens do país, a Cotur, diz que as manifestações já estão a causar cancelamentos de reservas para o natal e de fim de ano. Além dos actuais prejuízos, a Cotur antevê que a continuidade das manifestações vai retrair os turistas e, por consequencia, será difícil recuperar a boa imagem do país.

A apenas um dia para o começo da referida “quarta fase das manifestações nacionais” e depois de, praticamente duas semanas em que foram realizadas as outras três primeiras fases, o sector do turismo diz que já está a registar uma redução das reservas nos hotéis, uma vez que tem sido frequente a paralisação de quase todas as actividades de produção e produtividade no país.

“Infelizmente temos já registado muitos pedidos de cancelamento, temos, também, registado muitos pedidos de informação naquilo que é a situação do país e naquilo que poderá ser um futuro breve, se esta situação vai se manter ou se será rapidamente resolvida, portanto, há este tipo de pergunta por parte das operadoras internacionais que, efectivamente, emitem turistas para o nosso país e isso é preocupante”, diz Muhammed Abdullah, director executivo da Cotur.

Os cancelamentos não são apenas de reservas para esta época como também o futuro começa a ser hipotecado.

“Aqui, é preciso salientar que estamos à porta da época alta do turismo em Moçambique, que é a passagem do ano e a época festiva. Tínhamos hotéis já reservados, com um overbooking, com bastante procura e agora registam-se cancelamentos”, referiu.

A considerar as consequências em razão das manifestações, Muhammed Abdullah concorda com o direito à manifestação mas adverte que tem de ser dentro dos limites constitucionais.

“As manifestações, são sim senhora, um direito constitucional, mas, quando são praticadas dentro das suas regras e dentro daquilo que é a sua essência e efectivamente aquilo que a Constituição prevê. A partir do momento em que começam a acontecer actos de vandalismo, violência, crimes associados a este tipo de situação, e muitas vezes, fora daquilo que é o âmbito das manifestações”, apelou.

Neste sentido, o director diz que é preciso evitar a continuidade das manifestações e, de forma violenta, como está a ser noticiado internacionalmente, porque, “a partir do momento que o turista internacional começa a interiorizar que Moçambique está a passar por esta situação de violência, de instabilidade política, de actos que acontecem fora do controlo das autoridades e daquilo que é normal acontecer num país seguro, depois deixa sequelas e será difícil recuperar e ter-se-á de se fazer um trabalho muito grande para recuperar a imagem do país”.

Recordando que o país viveu ressentemente várias situações que impactaram negativamente o turismo, apelou para que “nao prejudiquemos o país e sabemso que o turismo vem de uma situacao do Covid, depois a situação da insurgencia, da guerra e do terrorismo em Cabo Delgado, e agora, se temos a esta situacao pode se tornar complicado voltar a crescer e a recuperar o índice de confianca no turista internacional”, apelou.

As únicas zonas que, por enquanto, estão com o ambiente normal são as ilhas, pois ainda não foram registadas manifestações violentas.

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