A polícia tanzaniana impôs, ontem, recolher obrigatório após protestos eleitorais em Dar es Salaam. A população, que contesta a realização de eleições sem os principais candidatos da oposição, saiu à rua e destruiu cartazes da Presidente Samia Suluhu Hassan.
As assembleias de voto na Tanzania abriram na hora prevista e a votação começou calmo. Entretanto, ao contrário das eleições anteriores, o processo gerou uma contestação sem precedentes
Centenas de pessoas fizeram-se às ruas da maior cidade do país, em protesto, e deitaram abaixo tudo o que encontraram pela frente, incluindo cartazes da Presidente Samia Suluhu Hassan. Incendiaram esquadra e autocarro, numa clara contestação pela ausência dos principais candidatos a oposição, presos ou impedidos de concorrer.
A forte presença militar em Dar es Salaam, com tanques posicionados em pontos estratégicos, não foi suficiente para demover centenas de jovens que saíram às ruas a cantar “queremos o nosso país de volta”, segundo a imprensa internacional.
A polícia lançou gás lacrimogéneo, mas acabou por recuar perante os manifestantes que atiravam pedras.
Samia Suluhu, de 65 anos de idade, é acusada de procurar consolidar o poder com uma vitória esmagadora, uma vez que as autoridades eleitorais tanzanianas impediram o principal adversário, Tundu Lissu, do partido Chadema, de concorrer.
Tundu Lissu, cuja formação política exige reformas eleitorais, está a ser julgado por traição e pode enfrentar pena de morte. Outro candidato relevante, Luhaga Mpina, do ACT-Wazalendo, foi desqualificado por questões técnicas, escreve a imprensa internacional, citando analistas.
É a primeira vez, desde que a democracia multipartidária instituída em 1992, que uma corrida presidencial na Tanzânia decorre sem os principais partidos da oposição.

