Associação Médica de Moçambique mantém a greve de 21 dias prorrogáveis, com início esta segunda-feira. A organização diz que o Governo não respondeu a todas as preocupações apresentadas, no prazo estabelecido.
Após adiar a greve inicialmente agendada para 07 de Novembro, devido às insatisfações decorrentes da Tabela Salarial Única, os médicos convocaram a imprensa, na última sexta-feira, para reiterar que vão paralisar as actividades a partir desta segunda-feira.
“Lamentamos imenso o ponto a que chegámos, mas não estamos em condições psicológicas de continuar a prestar-vos o atendimento e os cuidados que merecem”, disse Milton Tatia, presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM).
Resolver as 14 preocupações do caderno reivindicativo, dentro de quatro semanas, era a única condição para evitar a greve, o que não aconteceu, segundo a Associação Médica de Moçambique, mesmo após várias rondas de negociações com o Governo.
O secretário-geral da AMM disse que somente quatro foram resolvidas, e a Tabela Salarial Única apenas agravou as violações dos direitos dos profissionais.
“O Governo continua a não cumprir o acordado. No nosso estatuto, há uma definição de 40% para o subsídio de exclusividade, mas vimos reduzido em 05% sem nenhuma explicação. Este é um dos pontos em que houve uma regressão em relação ao que já se vinha pagando.”
A paralisação das actividades será parcial, ou seja, serão somente atendidas urgências em todas as unidades sanitárias.
“De forma a não prejudicar a nossa população, serão paralisadas apenas as actividades electivas (não urgentes) como consultas externas, cirurgias, exames auxiliares e procedimentos médicos de diagnóstico, autópsias, actividades de saúde pública, actividades de ensino e de tutoria em todas as instituições de formação em saúde do sector público”, explicou Napoleão Viola.
A greve nacional terá duração de 21 dias prorrogáveis, com início às 07h desta segunda-feira.