No seu primeiro dia de mandato, o presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou o processo de retirada dos EUA da Organização Mundial de Saúde (OMS), invocando disparidades financeiras e prioridades nacionais. Para o académico moçambicano Alberto Ferreira, algumas medidas anunciadas por Trump constituem uma forma de guerra.
Uma das acções executivas do presidente Donald Trump, no seu primeiro dia de regresso à Casa Branca, foi iniciar o processo de retirada dos EUA da Organização Mundial de Saúde.
Ordenou também uma revisão exaustiva das despesas dos EUA, com a ajuda externa. Ambas medidas enquadram-se na sua abordagem isolacionista “America First” aos assuntos internacionais.
“Pagámos 500 milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde (OMS), quando eu estava aqui e rescindimos o contrato. Eles queriam-nos tanto de volta. Vamos ver o que acontece”, disse Trump, citado pelo EuroNews, acrescentando ainda que: “é muito triste, no entanto; pensem nisso. A China paga 39 milhões e nós pagamos 500 milhões, e a China é um país maior”.
Para o académico Moçambicano Alberto Ferreira, as medidas adoptadas por Trump são uma forma de guerra. “A retirada dos Estados Unidos da OMS é uma forma de guerra, naturalmente. A recusa dos Acordos de Paris também é uma forma de guerra. A declaração, segundo a qual se vai apropriar do canal do Panamá, também é outra declaração de guerra”, disse.
Ferreira defende que “Trump vem com toda uma força, uma afirmação, daquilo que talvez não teria feito durante cinco anos, durante o seu 45º mandato. Quer, agora, concluir com um processo de grande exclusão”.
Por isso, não considera a justificação dos Estados Unidos plausível. “Parte do pressuposto de que os Estados Unidos devem racionalizar a sua economia e, portanto, fazer de tal forma que não haja muitos gastos. Tem outra justificação de que tem sido sempre os Estados Unidos a gastar mais do que os outros países (…) O empreendedor, enquanto comerciante, como é Trump, o mais importante neste momento não são valores da cooperação, não são valores da interdependência entre as nações, não são valores da globalização e no contexto mundial em que as decisões de um influenciam a vida de todas as outras pessoas (…) é uma justificação bastante preocupante para todos os líderes do mundo, a começar pelas Nações Unidas”.