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Trio no caminho da Liguilha

Foto: O País

O Desportivo Maputo, Textáfrica de Chimoio e Matchedje de Mocuba são as prováveis formações que poderão disputar a Liguilha, em que só a equipa vencedora irá manter-se no Moçambola. É que, faltando quatro jornadas para o término da prova, o trio tem poucas chances de garantir a manutenção.

O caminho da Liguilha é quase que inevitável para as três equipas. Só um milagre e crença no politeísmo poderá evitar que o trio Desportivo Maputo, Textáfrica de Chimoio e o primo divisionário Matchedje de Mocuba não desçam de divisão. Faltando quatro jornadas para o término do Moçambola, restam apenas 12 pontos por disputar.

O Desportivo Maputo soma, neste momento, 15 pontos na tabela classificativa. Por mais que vençam os últimos quatros jogos, o mínimo que os “alvi-negros” podem conseguir são 27 pontos, bastante insuficientes para garantirem a manutenção. Para tal, o Desportivo teria de esperar que o Ferroviário de Nampula, com 25 pontos, e Incomáti, com 23, na 10ª e 11ª posição, respectivamente, percam os últimos jogos.

Nas próximas quatro jornadas, o Desportivo Maputo vai defrontar as formações de Ferroviário da Beira, actual segundo classificado, Incomáti de Xinavane, Ferroviário de Nampula e Associação Desportiva de Vilankulo.

O Desportivo Maputo tem experimentado muitos solavancos, com destaque para a crise financeira que abala o clube. Aliás, esse facto aliado à pressão da massa associativa terá contribuído para que, em Setembro do ano passado, Inácio Bernardo colocasse o seu lugar à disposição. Desgovernados e sem dinheiro, os “alvi-negros” andaram às avessas. Em meio a tamanhas incertezas, coube a Danilo Liasse assumir a Comissão de Gestão do emblema preto e branco.

Mas, como um mal nunca vem só, o Desportivo viria a sofrer um revés, com o desaparecimento físico, em Abril passado, do seu treinador Rogério Marianni, vítima de doença. Apresentado em Dezembro do ano passado como treinador do emblema “alvi-negro”, Marianni tinha como cavalo de batalha devolver a mística ao clube. Sonho interrompido.

Já sob gestão do Paulo Ratilal, o Desportivo Maputo foi ao mercado buscar o jovem treinador Satar Salvado. A missão era clara, garantir que as “águias” não descessem de divisão. O enlace até foi um mar de rosas no início, mas gradualmente as fragilidades vieram à tona.

Satar Salvado soltou o verbo àqueles que interferiam no seu trabalho. Já sem fôlego para aguentar a pressão das “forças externas”, Salvado bateu com a porta. A verdade é que ainda há uma linha ténue que separa os “alvi-negros” da manutenção.

 

SITUAÇÃO COMPLICADA PARA OS “FABRIS”

À semelhança do Desportivo, o Textáfrica de Chimoio também está na iminência de descer de divisão. Com 12 pontos na última posição, o mínimo que os “fabris” do Planalto, caso vençam os últimos quatro jogos, podem conseguir é terminar a prova com 24 pontos, o que matematicamente não é suficiente para evitarem a despromoção. Envolto a uma crise financeira e directiva, o Textáfrica também sofreu vários abanões.

Quinito Júnior até tentou reverter o cenário, mas a sua astúcia foi sol de pouca dura, pois os adeptos destaparam o véu, acusando­-o, dentre várias coisas, do uso indevido do nome do clube para fins pessoais. Depois foi o que se viu. Acácio Gonçalves assumiu o leme, tendo como missão mudar o quadro negro que o clube atravessava.

Ainda assim, o cenário não mudou. Os “fabris” do Planalto têm pela frente quatro finais, diante da Liga Desportiva de Maputo, Costa do Sol, Ferroviário de Lichinga e Ferroviário da Beira. De treinador a treinador, os “fabris” do Planalto foram-se afundando no Moçambola. Sem crise financeira nem directiva, o Matchedje de Mocuba atirou-se às feras, com intenção de fazer boa figura, mas a realidade foi diferente.

Somando 16 pontos na tabela classificativa, ainda que vençam os últimos quatro jogos, no mínimo os “militares” podem terminar a prova com 28 pontos, mas não suficientes para evitarem a despromoção.

Para conseguir a manutenção, os “militares” só podem rezar para que o trio Liga Desportiva de Maputo, com 27 pontos, Ferroviário de Nampula, 25 pontos, e Incomáti, com 23 pontos, perca os últimos quatro jogos, o que é improvável. Mas, antes, os “militares” ainda têm quatro batalhas frente à Associação Desportiva de Vilankulo, Liga Desportiva de Maputo, Ferroviário de Maputo e União Desportiva de Songo. A aventura do Matchedje de Mocuba poderá terminar de forma inglória. Serão os “militares” os pintos que morreram dentro dos ovos?

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