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Três empreiteiros em Quelimane podem responder em tribunal por irregularidades nas obras

Foto: O País

Os empreiteiros em causa construíram, em menos de um ano, três vias que, em pouco tempo, começaram a degradar-se. Trata-se da rua Lurdes Mutola, que dá acesso à UCM e ao bairro Janeiro, 3040, que faz a ligação entre a N10 e a regional 642, passando pelo bairro Acordos de Lusaca, e a última 4000, que dá acesso à Escola Secundária Filipe Nyusi, a partir do Mercado Brandão. São cerca de três quilómetros avaliados em cerca de 60 milhões de Meticais, fundos do Município de Quelimane.

Nos últimos 10 anos, cerca de 10 quilómetros de estradas foram pavimentadas em asfalto e pavês, num investimento de cerca de 200 milhões de Meticais.

Inicialmente, cerca de dois quilómetros foram construídos de pavês, mas, mais tarde, a edilidade avançou para a asfaltagem. As vias, que foram asfaltadas, apresentam-se num estado de relativa consistência, mas a chuva, que caiu nos últimos dias, deixou nu o problema da falta de qualidade das obras.

Munícipes, que entendem de construção de estradas, dizem que os empreiteiros falharam logo na construção da base dos solos que recebe o asfalto. “Será que, nesta questão de estradas, tivemos a presença de consultores e projectistas? Será que foram observados todos os critérios de selecção dos empreiteiros e respectiva supervisão? Penso que estes pressupostos são importantes”, disse Heitor Fijamo.

Xadreque da Silva não tem dúvidas de que, nas referidas estradas, houve problemas desde o início. “A base não foi devidamente preparada e sabemos perfeitamente que a cidade de Quelimane está abaixo do nível das águas do mar. Não sei quanto foi aplicado no mapa de quantidades, até porque não tive acesso por não ser parte integrante dos trabalhos.”

Por sua vez, o Conselho Municipal de Quelimane afirma que houve má qualidade das obras. De acordo com Helder Subizo, director de estradas na edilidade, os empreiteiros em causa foram notificados em Fevereiro último para trabalhos de correcção dos defeitos. Curiosamente, os inspectores estiveram sempre no terreno a aferir o grau de execução das obras.

“Antes das três estradas, construímos outras com as mesmas características, mas estão intactas. Concluímos que é uma má execução por parte do empreiteiro. Se reparar os projectos, são os mesmos com os que fizemos outras ruas, mas, nestas novas, em tão pouco tempo, começámos a notar defeitos. Claramente, há problema de má execução, por isso já tramitamos um auto administrativo, porque as obras ainda não tinham sido entregues. Já notificamos o empreiteiro para se fazer ao terreno, caso contrário, vamos accionar as cláusulas contratuais”, disse o director de estradas.

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