A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) garante ter chegado a acordo com o Governo para subsidiar o sector de transportes de passageiros. O subsídio incide sobre o passageiro e não sobre o combustível.
Mais de 400 mil pessoas ficaram sem transporte, na área metropolitana do Grande Maputo, na manhã de hoje, devido à paralisação dos transportes, em jeito de manifestação contra a subida do preço dos combustíveis.
Para se encontrar uma solução, foi convocada uma reunião de emergência que juntou o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, e os transportadores, representados pelo presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane, que abordou as conclusões do encontro.
“Encontrou-se um entendimento. O Governo está sensibilizado no que toca ao facto de que os transportadores têm razão, mas a população tem que ser transportada, por isso o Governo assumiu que vai subsidiar todos os operadores que operam na zona metropolitana do Grande Maputo – transportadores devidamente licenciados, com a situação fiscal regularizada esses vão receber uma ajuda do Governo, entretanto há um trabalho técnico que, em conjunto, vamos fazer urgentemente, de tal maneira que, até aos próximos dias, já estaremos a falar de números”, garantiu Castigo Nhamane, presidente da FEMATRO.
Antes do último reajuste da tarifa do transporte e do preço dos combustíveis, a FEMATRO tinha a proposta de subsídio de sete Meticais por passageiro, valor que já se mostra desajustado com o agravamento mais recente do preço dos combustíveis. Aliás, a FEMATRO diz que a aquisição de combustíveis representa 50% dos custos de operações e, por isso, o valor antes proposto para o subsídio terá que ser renegociado. No entanto, ainda não se tem uma data certa de entrada em vigor do subsídio em referência e ficou a garantia de que não haverá subida do preço do transporte.
“Hoje, os sete Meticais estão desactualizados com o reajuste do dia um de Julho, tanto que, do nosso lado, precisamos de algum tempo para vermos a correcção dos números anteriores”, acrescentou Nhamane.
A FEMATRO atira culpa ao Governo, por, segundo diz, não ter sido flexível na comunicação: “Usamos este meio para pedir sinceras desculpas aos nossos concidadãos por este constrangimento que se deveu a essas razões. Pela fraca comunicação do lado do Governo, não tínhamos palavras seguras para definir aos nossos membros que posição tinham de tomar”.
A área metropolitana do Grande Maputo é servida por 300 autocarros e cerca de três mil minibus, que transportam, diariamente, 900 mil passageiros.