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Transporte: Nyusi promete que não vai abandonar os mais vulneráveis

O Presidente da República assegurou, hoje, que o transporte público vai continuar a ser subsidiado. Filipe Nyusi falava, em Maputo, durante a inauguração de duas automotoras, 34 carruagens e 150 vagões de transporte de minérios. Os equipamentos vão beneficiar 12 mil pessoas por viagem e vão dinamizar o transporte de carga dentro e fora do país.

Filipe Nyusi chegou à Estação Ferroviária de Maputo por volta das 10h00 desta quinta-feira. Em seguida, recebeu explicações técnicas sobre a funcionalidade das novas automotoras, carruagens e vagões. Seguiu-se à inauguração do equipamento. Ao lado do PCA dos Caminhos de Ferro de Moçambique, Miguel Matabel, o Presidente da República visitou o interior das carruagens e viu de perto as condições existentes desde a primeira até à terceira classe.

Para aferir a qualidade do equipamento, o Presidente da República e comitiva seguiram viagem para a Estação Central Machava, no Município da Matola. Pelo percurso, uma paragem na Estação da Malanga para inaugurar um Sistema Independente de telecomunicações, que integra sala de monitoramento CCTV e uma sala de controlo de tráfego.

INVESTIMENTO ORÇADO EM MAIS DE USD 90 MILHÕES
O investimento custou no total 95 milhões de dólares, financiados pela Índia. Na ocasião, o alto-comissário daquele país em Moçambique mostrou vontade de continuar a trabalhar com o Governo para o desenvolvimento do sector.

“A presente cerimónia de inauguração demonstra a colaboração da Índia na reestruturação e modernização da rede de infra-estruturas de Moçambique. O desenvolvimento de infra-estruturas, em particular, de estradas e linhas férreas é uma prioridade para países em desenvolvimento, como a Índia. Estou feliz por este grupo de amigos estar a ser capaz de contribuir para estimular o crescimento e ajudar a desenvolver Moçambique num sector-chave”, referiu Shri Ankan Banerjee.

NYUSI DIZ QUE EQUIPAMENTO VAI PERMITIR MAIOR MOBILIDADE NO GRANDE MAPUTO

Convidado a intervir, o Chefe de Estado detalhou as vantagens que os equipamentos poderão trazer na qualidade de vida dos cidadãos.

“Este equipamento serve para suprir a necessidade de atender ao problema do transporte público urbano, mas não resolve definitivamente o problema. Parte das 90 carruagens planificadas foram convertidas em cinco automotoras, duas das quais fazem parte do pacote dos equipamentos ferroviários que acabamos de testemunhar a sua entrega. Desta forma, o sistema ferroviário do Centro e Sul recebe uma nova capacidade para atender a cerca de 12 mil passageiros por viagem, incluindo as duas automotoras com capacidade unitária de 633 passageiros por viagem”, iniciou o Chefe de Estado para depois avançar que “as duas automotoras deverão transportar passageiros de e para o Centro da Cidade Maputo, explorando a vantagem comparativa do transporte ferroviário de passageiros, nomeadamente, a grande capacidade de carga, a rapidez, o conforto, cumprindo horários e carreiras previamente definidas”.

Para Filipe Nyusi, as vantagens não terminam por aí. O Estadista acredita que os meios poderão reduzir a pressão sobre o transporte rodoviário, sendo, por isso, que o Executivo continuará a subsidiar as passagens.

“Além de apresentar vantagens económicas directas sobre o rendimento real dos cidadãos, esta alternativa, permite descongestionar as estradas na região metropolitana de Maputo, permitindo maior fluidez do transporte rodoviário nas horas de grande movimento de pessoas, as chamadas horas de ponta. Temos consciência de que o transporte público urbano é uma actividade eminentemente social e, por isso, contará sempre com intervenção do Governo para proteger os utentes de baixa renda. Para temos a dimensão do que estamos a falar, a empresa pública assume o custo de operações de cerca de cerca de 90 por cento, repassando apenas os restantes 10 por cento para os utentes através do custo do bilhete de passagem”

O Presidente da República destacou, ainda, a entrada em funcionamento de 150 vagões de carga que ajudarão nos esforços para subsidiar o transporte de passageiros. Nyusi abordou também a importância do novo sistema de controlo e monitoramento.

“Trata-se de uma plataforma moderna que permite a visualização e localização das composições em tempo real. Encoraja-nos a abordagem regional deste sistema ao prever a integração e a interoperabilidade com os sistemas ferroviários dos países vizinhos, sendo um passo fundamental para a integração regional”, terminou.

De salientar que o financiamento para a compra dos equipamentos deve ser pago em 30 anos, a partir do sexto ano após a contratação da dívida.

MAGALA PROMETE MUDANÇAS PROFUNDAS NO SECTOR

Na sua intervenção, Filipe Nyusi desafiou o ministro dos transportes e comunicações a pensar grande, propondo soluções arrojadas para o sector. Magala diz que tal já faz parte dos seus planos e promete revolucionar o sector.

“A nossa ambição é criar um sistema de transporte robusto e integrado multimodal, mas o mais importante é criar sistemas de gestão. Isto é, empresas que estejam em altura de operar esses sistemas complexos. Em Moçambique, o transporte público e de carga não se circunscreve ao transporte rodoviário; temos pessoas que vivem em ilhas e penínsulas e temos que optimizar todas as possibilidades tanto de transportar produtos e pessoas que queiram deslocar-se para os centros produtivos e de outra natureza. Queremos criar um sistema robusto, empresas modernas e com gestão eficiente para alcançar o objectivo de garantir transporte de qualidade”, prometeu o dirigente.

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