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Transportadores moçambicanos caem na cilada dos protestos violentos na África do Sul

Há camiões de moçambicanos que foram pilhados e incendiados em protestos violentos na vizinha África do Sul. A informação foi avançada pela Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários que assegura que não houve vítimas mortais entre os condutores das viaturas.

Constantino Jotamo, Director da Área Internacional a nível da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), afirmou ao nosso jornal que parte de camiões terá sido vandalizada algures na cidade de Durban e outros camiões terão caído nas mãos dos manifestantes algures na provincial de Gauteng.

“Já há camiões que foram queimados e vandalizados. Estamos, ainda, à procura de mais detalhes sobre o sucedido”, disse Constantino Jotamo.

Os protestos violentos, que há dias assolam a maioria das províncias da vizinha África do Sul, estão a trazer consigo repercussões desastrosas para os transportadores que operam nas rotas entre os dois países.

O número de viajantes para o país vizinho reduziu drasticamente, antes por causa do agravamento das medidas restritivas contra a COVID-19 e, agora, devido aos protestos violentos naquele país vizinho.

Esta terça-feira, por exemplo, apenas três carros de transporte semi-colectivo de passageiros saíram para a vizinha África do Sul.

No Terminal Internacional Rodoviário da Baixa da cidade de Maputo, O País confrontou-se com uma situação de carros vazios e sem os seus respectivos condutores. Apenas dois é que conseguiram viajar para a cidade de Joanesburgo. Alguns condutores tinham desistido, pois o movimento de passageiros não mudava.

“Hoje, valha-nos Deus que pelo menos saíram dois carros, embora um dos quais só estava pela metade de assentos ocupados”, referiu Constantino Jotamo.

O mesmo cenário pôde-se verificar na Terminal Interprovincial e Internacional Rodoviária da Junta, onde apenas um carro conseguiu viajar. Os transportadores somam prejuízos e não é para menos, que o diga Rui Muianga, transportador na rota Maputo-Joanesburgo.

“O movimento está fraco. Os últimos dias estão a ser deveras difíceis”, queixou-se.

Não são apenas prejuízos que tiram o sono dos transportadores. O medo também toma conta, tal como nos revelou Rui Muianga.

“Ainda não fomos atacados durante a viagem. Eles ainda tentam ser penosos connosco, mas o pânico persiste”, disse.

Os protestos na África do Sul duram há mais de uma semana e os transportadores receiam o agravamento da situação nos próximos dias.

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