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Trabalho das areias pesadas enaltecido em Chibuto   

Os deputados da Comissão de Agricultura, Economia e Ambiente (CAEA) da Assembleia da República (AR) enaltecem o trabalho que está a ser realizado pela empresa Dingsheng Minerais, que explora as áreas pesadas de Chibuto, com vista a retoma da exportação de minérios a partir de Dezembro próximo.

Este sentimento foi expresso, esta semana, pela Relatora da CAEA, Glória Salvador, naquele distrito da província de Gaza, durante uma visita de trabalho que um grupo dos deputados daquela comissão efectuou àquela mineradora, no âmbito de fiscalização parlamentar, tendo explicado que a retoma de exportação de minérios é bem-vinda, na medida em vai contribuir para impulsionar o desenvolvimento da economia do país.

A parlamentar sublinhou que a empresa deve fazer a exploração de minérios sempre com a observância rigorosa de questões ambientais para o bem-estar das comunidades, fechando, no fim do projecto, por exemplo, as covas abertas aquando da extracção dos mineiros, para que as comunidades possam voltar a usar aquelas terras.

Por seu turno, o técnico de laboratório da Dingsheng Minerais, Dicla Chirima, informou aos deputados que a empresa vai recomeçar a exportar o seu minério em Dezembro próximo, logo que as obras de construção da Doca do distrito de Chongoene terminar em Novembro do corrente ano.

De acordo com a fonte, a empresa tinha iniciado a exportação do minério, antes da COVID-19 em regime experimental. “Agora, estamos a produzir, temos, nos nossos armazéns, mais de 25 000 toneladas de minérios disponíveis para o mercado, à espera da conclusão das obras de construção da Doca, para, a partir do mês de Dezembro do presente ano, começarmos a escoar o produto que já tem mercado à espera devido ao seu maior valor comercial”, disse Chirima.

Questionado como é que a empresa tem acautelado as questões ambientais, Chirima disse que a empresa não foge daquilo que a legislação do país prevê, explicando que existe um plano de reposição das áreas retiradas.

“A nossa legislação é rigorosa quanto a este aspecto, pois, nela, estão patentes os procedimentos de como é que as empresas devem corrigir os danos ambientais causados pela exploração mineira, frisou Chirrima, para quem a empresa tem a obrigação de criar condições de fazer com que a lei seja cumprida.

O técnico de laboratório da Dingsheng Minerais acrescentou que “a empresa está ciente das suas obrigações, mas é prematuro dizer quando é que começa o processo de tapamento das covas, pois a empresa está na fase inicial de exploração”.

Avaliado em 400 milhões de dólares norte-americanos, o projecto das areias pesadas de Chibuto emprega, actualmente, cerca de 642 trabalhadores, dos quais cinco mulheres moçambicanas, que trabalham nas machambas e limpezas, e uma chinesa, que trabalha na logística, número que poderá aumentar com a retoma de exportações, para 3000 postos de emprego até 2024.

O reduzido número de mulheres naquela mineradora preocupa os parlamentares, que instaram o Governo local e a direcção da mineradora a capacitarem a mulher, por forma a fazer parte da empresa, desempenhando tarefas nas áreas técnicas.

As areias pesadas de Chibuto, com grande valor comercial, compreendem cinco tipos de minérios, designadamente, terras raras, rutilo, zircão ilmenitite e titânio, destacando-se o titânio, matéria-prima, a produção de tintas, plásticos, cosméticos e para a fabricação de componentes de aeronaves.

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