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Trabalhadores de empresa de pesca sem salários há nove meses na Beira

Foto: Diário Económico

Há, na Cidade da Beira, 156 trabalhadores do sector pesqueiro, da empresa Pesca Moz, que estão há nove meses sem salários e sem saber do paradeiro do patronato que encerrou as portas da firma de capitais estrangeiros.

Júlia Fone trabalhava na e para a empresa ora fechada há seis anos; estava no sector de processamento de pescado. Sem informação prévia, segundo contou à reportagem do jornal O País, viu a sua vida mudar para pior com o encerramento da firma

“Contando com esses meses, um mês paga e noutros meses não paga, estamos há quase um ano sem salários. Tenho uma filha que estuda numa escola privada e eu tenho de batalhar para pagar a escola dela, porque ela não pode ficar sem estudar. Veja que, para um patronato dizer, numa chamada, que acabou, a empresa fechou, já viu isso”, lamentou Júlia Fone.

Com os barcos ancorados no Porto da Beira, os escritórios encerrados e sem se saber ao certo o paradeiro do patronato, o futuro torna-se incerto para aqueles homens e mulheres. E, por estas alturas, nada mais resta a estes trabalhadores senão a manifestação, mesmo assim sofrem intimidações.

“Para nós, começam já a intimidar-nos, mandam-nos intimações enquanto exigimos nossos direitos, então é isso que nos inquieta porque estamos a exigir nossos direitos”, disse Arsénio José, que trabalha na empresa como marinheiro.

Os dísticos que estavam a ser empunhados exprimem o sentimento que vai na alma dos trabalhadores, que exigem a reposição dos seus direitos.

“Praticamente, o que estamos a pedir é que nos venham esclarecer o que se está a passar para podermos desenrascar. Há colegas a viver em casas de arrendamento, não têm como pagar”, disse Angelina Madalena, funcionária da empresa, tendo acrescentado que alguns colegas estão a ser expulsos das casas de renda.

O caso dos 156 trabalhadores já esteve a ser tramitado pela Comissão de Mediação e Arbitragem Laboral de Sofala, e, antes do consenso, transitou para a administração da justiça.

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