Trabalhadores da Ara-Sul estão em greve por tempo indeterminado. Em causa está a tabela salarial, que a consideram desactualizada e a falta de progressão de carreiras.
A greve pacífica arrancou na manhã desta quarta-feira, em todas as divisões das Águas da Região do Sul (Ara-Sul). Os trabalhadores dizem-se revoltados e queixam-se de problemas acumulados e que são conhecidos pela direcção da instituição há vários anos. “Na Ara-Sul, não existe progressão de carreiras, bónus de antiguidade nem tabela salarial”, contou a representante do Sindicato dos trabalhadores da Ara-Sul, Sandra Pene, que falava em entrevista ao “O País”.
Joana Chicuane trabalha na Ara-Sul desde 1991. Segundo contou, vai à reforma ainda este ano, mas não viu a sua categoria profissional alterada ao longo dos mais de 30 anos de trabalho.
“Simplesmente lamento pelo facto de ter que ir à reforma sem ter tido progressão alguma. Tivemos vários chefes, alguns dos quais reformaram, mas continuam a dizer que estão a tratar do assunto, mas, até hoje, não deram resposta alguma”, queixou-se a trabalhadora.
Segundo um documento, emitido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Ara-Sul, além de Joana, a maioria dos trabalhadores da instituição foi admitida em 1980, mas todos continuam na mesma categoria e na mesma condição salarial.
“Entramos em negociações várias vezes, mas não chegamos a acordo algum, porque a direcção diz que já elaborou a proposta de tabela salarial e que o processo está agora no Ministério das Finanças”, explicou a representante do Sindicato.
A Direcção da Ara-Sul disse que sabe do problema, mas garante que mais de 50% dos trabalhadores já têm a situação resolvida.
“Parece que os trabalhadores já estavam impacientes, até porque resolvemos uma parte, mas não cabalmente. Mas em momento oportuno, teremos as soluções de quem de direito”, garantiu Carlos Muxanga, chefe do Departamento dos Recursos Humanos da Ara-Sul.
Entretanto, os trabalhadores continuam insatisfeitos e decidiram entrar em greve, sem data prevista para o fim.