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“Touros” falam de objectivo cumprido, mas a luta é chegar longe nas Afrotaças

A equipa técnica, os jogadores e a direcção da Black Bulls, dizem que a qualificação da equipa para a fase de grupos da Taça CAF foi fruto de muito trabalho e que foi um objectivo alcançado. Os “touros” querem continuar a fazer história em África, procurando chegar o mais longe possível.

Faz-se festa em todos os cantos do país, pela conquista no futebol moçambicano! É um marco na vida da Black Bulls, que, seis anos depois da sua criação, começa a escrever seu nome no futebol africano.

Qualificou-se pela primeira vez para a fase de grupos de uma competição africana, na sua segunda experiência pelo futebol africano, depois de ter sido eliminado em 2022 na primeira eliminatória por uma equipa angolana.

Desta vez, foi uma equipa do Congo, com um saldo de 2-2 no conjunto das duas mãos, mas principalmente depois de uma derrota agridoce em Brazzaville, que ditou a qualificação para a fase de grupos, uma qualificação que coroa a união, esforço e dedicação de todos, dentro da estrutura dos “touros”.

Hélder Duarte já previa dificuldades nesta deslocação a Brazzaville, e tinha de preparar a equipa para um jogo que podia ser de glória, tal como foi. “Sabíamos que seria um jogo difícil num campo de relva sintética, que sempre nos cria dificuldades também num ambiente difícil. O golo de penálti não existe, mas prontos, descontrolou-nos um bocadinho. Não precisamos de passar por estas dificuldades, visto que eles não tinham criado nada até aí”, disse Duarte.

Aliás, o técnico vai mais longe e considera que é um objectivo alcançado. “Conseguimos passar para a fase seguinte. Esse era o objectivo e está conseguido. Estamos felizes pelo objectivo cumprido, pelo dever cumprido, mas não na totalidade, porque estes jogadores não mereciam sair derrotados por tudo o que fizeram no jogo”, considerou Duarte.

Entretanto, “agora é pensar no próximo jogo com o Ferroviário de Maputo”, disse o treinador, mostrando-se preocupado com a condição física dos jogadores que terão de enfrentar mais de 12 horas de voo para chegar a Maputo no início da tarde desta terça-feira.

Nené também está satisfeito com a qualificação, apesar das dificuldades enfrentadas. “Todos nos ressentíamos do cansaço causado pela viagem, mas também por causa do calor que se faz sentir. Só foi pena termos baixado as linhas muito cedo e acabamos por permitir aqueles dois golos, mas o importante era marcar primeiro e conseguimos isso e, depois, gerimos o jogo, conseguimos controlar e atingimos o nosso objectivo de qualificação”, disse.

Com o objectivo de chegar à fase de grupos alcançado, agora é tempo de virar as atenções para as provas internas. “Agora é nos focarmos no campeonato, nos jogos que temos, para tentarmos vencer a prova, e também na Taça de Moçambique, para encerrarmos aquilo que nos propusemos a fazer nesta época”, terminou, confiante numa época de sonhos.

 

“Vamos lutar para passarmos para a outra fase”, diz Lalgy

Os dirigentes da Black Bulls falam das dificuldades que a colectividade teve de enfrentar para conseguir a passagem para a fase de grupos da Taça CAF e consideram que é um prémio adicional.

Dino Dulá, director-desportivo, diz mesmo que não tem sido fácil gerir todas as provas em que a equipa está envolvida. “Não tem sido fácil jogar em África, ainda mais quando temos de gerir as provas internas, nomeadamente, o Moçambola e a Taça de Moçambique, principalmente quando temos um plantel curto como o nosso, mas nós mesmos nos desafiamos a fazer nossa história no continente e conseguimos, agora, alcançar o nosso objectivo”, disse Dino Dulá.

Alcançado o objectivo da fase de grupos, já se sonha com altos voos em África, onde o objectivo é chegar o mais longe possível. Junaid Lalgy, presidente da colectividade, era um homem feliz com o feito.

“É mais um objectivo traçado para esta época que foi alcançado e, obviamente, estamos todos felizes, mas mais do que isso foi o facto de, quando fomos eliminados em Luanda, ter passado a mensagem de que estamos em África para ficar”, recordou Lalgy, realçando que foi um desafio que motivou todos a trabalharem por esse objectivo.

Lalgy fala de responsabilidades acrescidas, uma vez que “temos de preparar a equipa para a fase de grupos e, ao mesmo tempo, para todas as competições em que estamos inseridos”.

Porém, o sonho é sempre alcançar mais voos. “O objectivo da fase de grupos está alcançado, mas não podemos ficar por aí. Queremos mais.

Vamos lutar para ver se nos qualificamos para a fase seguinte, mas, se não conseguirmos, pelo menos teremos cumprido os objectivos da época. Mas vamos lutar, porque estamos sempre na luta”, acrescentou Junaid Lalgy.

Black Bulls coloca o país novamente na alta roda do futebol africano de clubes, sete anos depois

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