Depois da primeira emissão nos primeiros quinze dias Janeiro, o Banco de Moçambique (BM) volta hoje (sexta-feira), a emitir Bilhetes de Tesouro (BT), ou por outra, títulos da dívida pública.
Tal como na primeira operação, o anúncio do Banco Central não esclarece as reais motivações dessa nova emissão, referindo apenas que a colocação destes títulos em leilão do tipo B é dirigido às instituições financeiras não monetárias, nomeadamente, sociedades financeiras de corretagem, sociedades corretoras, sociedades gestoras de fundos de pensões, sociedades gestoras de fundos de investimento e empresas seguradoras.
Aliás, o BM baseia-se do disposto na alínea b) do número 3 do Artigo 5 do Aviso n.º 11/GBM/2017 de 31 de Maio – Regulamento sobre a Emissão e Transacção de Bilhetes do Tesouro. As críticas do sector privado mantêm-se, pois entende que a emissão de títulos de dívida pública só favorecem o Estado, que recorre deste instrumento para financiar o défice das suas contas.
Embora o Banco de Moçambique refute estas alegações, a classe empresarial insiste que a emissão destes títulos a curto prazo torna o crédito ao sector privado e às famílias cada vez mais caro e limitado. Com poucos investidores a mostrarem interesse em comprar os títulos da dívida pública, segundo reconheceu, em Outubro último, Rogério Zandamela, governador do Banco Central, os BT só são comprados pelos bancos comerciais, uma acção que absorve o dinheiro que poderia financiar as pequenas e médias empresas.