Mais de 435 mil pessoas fogem dos ataques terroristas no norte de Cabo Delgado. Para minimizar o drama, foram criados 13 centros de acolhimento em Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Manica, segundo dados avançados hoje no Parlamento.
Ataques terroristas em Cabo Delgado e os atribuídos à Junta Militar da Renamo na zona centro e ainda a produção de comida são os temas que as bancadas do Parlamento colocaram para o Executivo dar explicações a respeito, ontem, no primeiro dos dois dias de sessão de informações do Governo. O chefe da equipa foi o primeiro-ministro, que deu o ponto de partida sobre as questões colocadas.
“Para o combate as acções terroristas, temos vindo a privilegiar uma abordagem que combina o reforço da capacidade das Forças de Defesa e Segurança, assistência humanitária e protecção social aos afectados pelo terrorismo”, explica o primeiro-ministro, que detalha que a assistência em alusão “está a beneficiar a totalidade dos deslocados, cujo número situa-se actualmente em mais de 435 mil pessoas, sendo que a maior parte está em Cabo Delgado”. E é também em Cabo Delgado onde foram criados seis centros de acolhimento para os desabrigados pela guerra. Quatro estão em Nampula, dois em Manica e um em Niassa.
Há também talhões demarcados para quem deixou tudo, começar tudo do zero.
“Para a normalização da vida dos deslocados internos, o INGC, em coordenação com as autoridades locais, está a proceder ao reassentamento das famílias, tendo já sido demarcados para o efeito cerca de 3.500 talhões para habitação, em Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Sofala, bem como, distribuídos kits para prática da actividade agrícola e pesqueira”.
Sobre a produção de comida, foi chamado Celso Correia, titular da pasta de agricultura a prestar esclarecimentos, que disse esperar um aumento de produção na campanha agrícola 2020-2021.
As explicações do Executivo não foram, contudo, convicentes para todas as bancadas. O debate continua esta quinta-feira.