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Terrorismo em Cabo Delgado: grande parte das 31 mil crianças deslocadas sofre de transtornos psicossociais

Das cerca de 31 mil crianças na condição de deslocadas, devido ao terrorismo em Cabo Delgado, a maioria sofre de transtornos psicossociais, tais como depressão, ansiedade generalizada, pânico e fobias sociais. A informação foi avançada hoje, em Maputo, pelo Ministério do Género, Criança e Acção Social, no arranque da oitava Reunião Regional sobre apoio a este grupo de pessoas.

A violência armada na província de Cabo Delgado está a causar alteração de comportamento numa larga franja da população, principalmente crianças.

Na abertura da oitava reunião regional sobre o apoio psicológico, o Ministério do Género, Criança e Acção Social disse que há um trabalho em curso para assistir às crianças que se ressentem dos efeitos da violência armada.

“É preciso saber que o Governo de Moçambique, com a intervenção de outros parceiros, está a actuar em Cabo Delgado, em diversas esferas, no sentido de colocar um ambiente saudável para as crianças que estão a sofrer neste momento. Nós sabemos que, ao nível de Cabo Delgado, temos cerca de 31.352 crianças em situação de deslocados”, disse o director do Departamento da Criança em Situação Difícil do Ministério do Género Criança e Acção Social, Vladimir Nomier.

Para esta iniciativa, as autoridades já têm um plano. “Em todo caso, está a decorrer um trabalho de localização para posterior reunificação das condições. Para aquelas crianças que não têm a possibilidade de reencontrar os seus familiares, vamos priorizar o acolhimento em detrimento das condições”, frisou.

Para a REPSSI, uma organização não-governamental e parceira do Governo no projecto para assistência às crianças, adolescentes e jovens que carecem de apoio psicossocial devido ao terrorismo e à pandemia da COVID-19, a província de Cabo Delgado deve merecer atenção de todos.

“O objectivo deste fórum é que haja um interesse global no desenvolvimento de meios de assistência psicossocial, o que passa por procurar por novos mecanismos de trabalho, colher experiências de diferentes contextos sociais, como é o caso da província de Cabo Delgado. Estamos a aferir de que forma pode ser feita a intervenção psicossocial”, afirmou Patrick Mangen, representante regional da REPSSI.

A sexta reunião regional sobre o apoio psicológico decorre de 13 a 15 de Outubro corrente, na Cidade de Maputo e conta com a participação de vários parceiros não-governamentais.

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