As províncias de Sofala, Manica, Zambézia, Niassa, Nampula e Tete continuarão debaixo de chuvas fortes até 15 de Março, dia em que a depressão tropical deixará Moçambique. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, os ventos reduziram para 55 km/h. Já a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos fala de risco de inundações urbanas na Zambézia e em Tete, devido ao transbordo de bacias hidrográficas.
O INAM diz que, nas últimas 24h, a tempestade tropical severa “Freddy” enfraqueceu para o estágio de tempestade tropical moderada.
Segundo o meteorologista Pedro João, a tempestade diminuiu a intensidade dos ventos máximos para 55 quilómetros por hora, com rajadas de 74 quilómetros por hora.
“A sua velocidade continua a nove quilómetros, a caminho da província de Tete, concretamente nos distritos de Mutarara e Doa”, explicou.
Pedro João avança que para “hoje e amanhã”, o sistema vai prevalecer como uma depressão.
Sobre a permanência do sistema no território nacional, a fonte explica que há uma tendência de o fenómeno sair, em dois dias, devido a outros sistemas de massa de ar quente provenientes da África Austral. O sistema vai perdendo a sua humidade e, por consequência, “vai mudando a sua trajectória, voltando à província de Tete, a caminho do mar, no dia 15”, explicou o entrevistado, acrescentando que “Freddy” vai deixar muita precipitação nas províncias acima descritas.
Face a esta situação, o INAM prevê continuação de chuva em algumas províncias do Centro e Norte do país, até ao dia 15 de Março, data prevista para a saída da depressão tropical do país.
“Estamos a falar de precipitação acima de 200 milímetros, que vai afectar a zona central da província de Zambézia, norte de manica e Sofala e leste de Tete, bem como zona sul da província do Niassa e sul de Nampula”, referiu o meteorologista Pedro João.
Já a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos diz que já há riscos de inundações devido à subida do nível das águas em algumas bacias hidrográficas.
“Nós estamos com algumas bacias que nos preocupam bastante nesta região, sobretudo a bacia do Licungo, que regista, neste momento, níveis muito altos, chegando a atingir cerca de 702 metros, às 6h. É certo que o rio está a oscilar, tendeu a baixar, mas prevemos que esta tendência possa piorar, para oito metros de altura. Assim, prevemos um caudal de cerca de cinco mil metros por segundo, que pode afluir a baixo Nante, distritos da Maganja da Costa”.
Agostinho Vilanculos, chefe do Departamento de Gestão de Bacias Hidrográficas, diz que a situação é preocupante, uma vez que a estrutura é deficitária, devido ao dique que sofreu aquando da passagem dos ciclones Ana e Gombe. Assim, onde passou na manhã esta segunda-feira, em Mocuba, por volta das 17h, pode criar algum impacto no baixo Nante, inundando zonas agrícolas, bem como habitacionais.
CHINDE TAMBÉM ESTÁ SOB ALERTA
“A bacia do Zambeze, sobretudo a do Chile, também está a receber precipitações altas, e temos algum risco de inundações, sobretudo em Caia, Marromeu, Morrumbala e Mopeia. Mas também, por causa da chuva, estamos a prever deslizamento de terra, sobretudo a erosão, nas zonas de Mopeia, Gilé e Alto Molócuè”.
Segundo Agostinho Vilanculos, há mais vias de acesso que também poderão estar interrompidas.
“As ligações Mutarara–Morumbala, Caia–Marromeu, Marromeu–Chinde, podem ficar condicionadas, assim como Namacurra–Maganja da Costa, Mocuba–Quelimane estão”, disse Vilanculos.