Artigo do Fórum Económico Internacional em parceria com as seguradoras Marsh & McLennan, Zurich Insurance Group e da multinacional coreana SK Group, diz que líderes mundiais demonstraram especial preocupação em relação ao clima, durante a semana da Assembleia Geral das Nações Unidas. Os autores do documento declaram que apesar da pandemia ter tornado o clima, uma preocupação menor, este problema ainda deve ser tratado como prioridade pois ainda representa um risco para a economia global.
No referido artigo, os autores explicam que apesar do novo coronavírus ter roubado cena às preocupações com mudanças climáticas, ambas situações colocam em risco a economia.
Para Scott McDonald, vice-presidente da Marsh & McLennan “a recuperação da COVID-19 deve estimular uma maior resiliência e estabelecer um caminho claro para um futuro de baixo carbono”.
MacDonald acrescenta que a pandemia deixou as empresas mais vulneráveis a catástrofes climáticas como “incêndios florestais, tempestades e inundações”.
Saadia Zahidi, directora-geral do Fórum Económico Internacional também concorda que a pandemia está a devastar vidas e meios de subsistência, gerando uma crise económica com efeitos a longo prazo.
Contudo, apesar desses efeitos negativos, Zahidi acredita que temos “uma oportunidade única de usar esta crise para fazer as coisas de forma diferente e reconstruir melhores economias que sejam mais sustentáveis, resistentes e inclusivas”.
Lee Hyung Hee presidente do Grupo SK, vai mais longe, afirmando que resolver o problema das mudanças climáticas será primordial para lidarmos com o “novo normal”.
O artigo aponta que em janeiro deste ano, o Relatório de Riscos Globais (Global Risk Report em inglês) apontou certos efeitos adversos das mudanças climáticas como os cinco principais riscos à economia global. E eles são:
- Eventos climáticos extremos com grandes danos em bens, infra-estruturas e perda de vidas humanas;
- Fracasso da atenuação das alterações climáticas e adaptação por parte do Governo e das empresas;
- Danos e desastres ambientais de origem humana, incluindo crimes ambientais, tais como derrames de petróleo e contaminação radioactiva;
- Grande perda de biodiversidade e colapso do ecossistema (terrestre ou marinho) com consequências irreversíveis para o ambiente, resultando no esgotamento grave dos recursos para a humanidade, bem como para a indústria;
- Grandes catástrofes naturais como terramotos, tsunamis, erupções vulcânicas e tempestades geomagnéticas;
Para Peter Giger, director de risco na Zurich Insurance Group, o grande esforço que está a ser feito para revitalizar a economia global não pode roubar a atenção destes riscos que o descaso ao clima nos faz correr.
“Não devemos perder uma oportunidade única de enfrentar estas duas crises [COVID-19 e clima] em conjunto, tornando verdes as medidas de apoio da COVID-19, e reconstruindo melhor”, conclui Giger.