O novo presidente da Associação Comercial da Beira (ACB), Félix Machado, eleito recentemente e que tomou posse no último fim-de-semana, defende a revisão urgente das taxas e impostos. Machado explicou que nenhum país desenvolve com impostos altos, como os de Moçambique.
“Temos no Governo indivíduos que estudaram economia. São indivíduos doutorados. Eles sabem perfeitamente que taxas e impostos altos não contribuem para o desenvolvimento. Aliás, esta é a primeira aula de economia. Impostos altos não trazem crescimento em nenhum país do mundo.”
Para o empresariado em Sofala, a solução para o desenvolvimento não é aumentar frequentemente os impostos.
“Vamos alargar a base tributária. Vamos pôr mais pessoas a pagarem e teremos, por conseguinte, mais impostos a circularem. Esta é a questão fundamental. Os impostos devem ser reduzidos e isto deve ser imediato.”
Felix Machado defendeu um diálogo aberto entre o Governo e a classe empresarial para se encontrarem soluções saudáveis.
“Mas, estas soluções trarão resultados se o Governo for receptível. Se o Executivo quiser fazer teatro connosco, entreter-nos, fazermos apenas reuniões durante um quinquénio sem fazer nada de concreto, o impacto na economia, devido às taxas altas, continuará a ser desastroso. A prova disto está o facto de, desde a independência até este momento, as empresas dos moçambicanos serem apenas PME. São poucas as grandes empresas dos moçambicanos. Nunca vão crescer. Será isso o que nós queremos? Não! O sonho da ACB é que o empresariado nacional comece a surgir na categoria das grandes empresas e isso só é possível se o Governo entender o que estamos a dizer e colaborar.”
A classe empresarial em Sofala tem a certeza de que o Governo sabe que a sua preocupação é legítima e questiona a indiferença dos grandes economistas nacionais que estão no aparelho do Estado, mas nada fazem.
“Há especialistas em economia e formados com orçamento do Estado. Qual é o papel destes especialistas quando estão nos seus gabinetes? O que é que eles analisam? Muitos socorrem-se da lei. Dizem que a lei é assim…Esperamos não voltar a ouvir estes discursos, porque esta lei é nossa. Nós é que a produzimos, a não ser que tenha sido copiada e não entendemos aquilo que copiamos”, terminou Machado.