É insustentável a promoção de eventos em Moçambique devido às elevadas taxas cobradas pelo Governo. Com o regresso dos grandes espectáculos, as entidades promotoras exigem um período de graça para se recuperar dos efeitos causados pela pandemia da COVID-19.
Voltam a brilhar as luzes no interior do palco, após quase dois anos desligados, os artistas, produtores de eventos e espetáculos estão aos poucos a retomar a marcha.
Um resgate da cultura e identidade que, durante algum tempo, esteve esquecido, mas, agora, retoma as suas origens culturais. Mesmo com este regresso, a insatisfação encontrou eco nos promotores de eventos.
“As empresas que patrocinam o nosso trabalho fecharam as torneiras, porque a visibilidade não é a mesma. Uma coisa é ter cinco mil pessoas e ter lá a minha cerveja, outra coisa é ter apenas quinhentas pessoas. Se eu antes pagava um milhão a um artista, agora pago apenas vinte mil”.
Este problema juntou vários empresários promotores de eventos e o Governo na discussão sobre o retorno a um novo mercado pós-COVID-19.
O sector entende que está a ser injustiçado. De acordo com os empresários e promotores, antes da pandemia, pagavam apenas cinco mil para ter a autorização para a realização dos eventos, mas, actualmente, são obrigados a pagar vinte mil Meticais.
Não faz sentido, aliado há este problema, segundo os promotores, o facto de haver vários concorrentes que não estão licenciados, principalmente na Matola.
Ainda que os artistas subam ao palco em tempos da pandemia, o presidente da Associação dos Empresários, Promotores de Eventos e Espectáculos, Litho Sitoe, diz ser este o momento de criar novas medidas de alívio ao sector que ainda se ressente dos efeitos da COVID-19. “Nós, quando organizamos o fórum do mercado de negócio, chegamos à conclusão de que é preciso uma espécie de balão de oxigénio ou um período de Graça”, disse Litho Sitoe.
No entanto, estes eventos servem, também, de suporte para vários artistas que viram o seu sustento ser levado pela COVID-19. O músico Moreira Chonguisa conta que foi severamente afectado e que a vontade de voltar a cantar para mais de cinco mil pessoas é enorme, entretanto entende que deve respeitar-se o estabelecido pelo Governo.
O impacto negativo da COVID-19 não afectou apenas o sector da indústria do entretenimento, de igual forma, alguns centros culturais que acolhem, por exemplo, a literatura e vários eventos, voltaram a receber o público.
Este ambiente todo de luz e bom som já começou a vibrar a nível nacional e, apesar de somar alguns prejuízos, os intervenientes do sector esperam que haja mais intervenção do Governo.