Reduziu de 13,2% para 12,4% a taxa de prevalência de HIV/SIDA no país, entre 2015 e 2021, segundo o Ministério da Saúde (MISAU). Entretanto, a instituição diz que o estigma e a discriminação ainda comprometem o tratamento da doença e o acesso aos cuidados de saúde.
O mundo assinalou, esta quinta-feira, o Dia Mundial da Luta contra o HIV/SIDA. Falando nas cerimónias centrais do lançamento do “Dezembro Vermelho”, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, fez saber que as taxas de incidência e prevalência do HIV permanecem elevadas no país.
“Os resultados do Inquérito de Avaliação do Impacto do HIV/SIDA 2021, também designado INSIDA, mostram que a prevalência do HIV em adultos dos 15 aos 49 anos teve uma redução, embora não significativa. A média nacional da prevalência é de 12,4%, contra 13,2% em 2015”, explicou Tiago, acrescentando que as mulheres são as mais vulneráveis, pois “15% das mulheres com idade igual ou superior a 15 anos estão infectadas pelo HIV, contra os homens da mesma faixa, em que a taxa de prevalência é de 9,5%. As mulheres estão desproporcionalmente afectadas em relação aos homens, facto que resulta do triste impacto das desigualdades que enfrentamos”, disse Armindo Tiago, ministro da Saúde.
A província de Gaza é a que apresenta o maior número de prevalência do HIV, com 20,9%; segue-se a província da Zambézia, com 17,1%, e a Cidade de Maputo, com 16,2%.
Nas províncias de Manica e Maputo, as taxas de prevalência do HIV reduziram entre 2015 e 2021, passando de 13,5% para 5,1% e de 22,9% para 12,4%, respectivamente.
O INSIDA 2021 estima que, anualmente, 4,8 novas infecções ocorrem entre 1000 pessoas de 15 a 49 anos de idade.
Apesar do aumento da cobertura do tratamento anti-retroviral, para mais de 96% das unidades sanitárias, segundo a representante da Rede de Pessoas Vivendo com HIV, Alda Bripa, o estigma e a discriminação continuam a barrar o acesso aos cuidados de saúde.
“Queremos reforçar a mensagem e a dar ênfase para a igualdade de direitos para o acesso aos serviços de cuidados e tratamento. Se vencêssemos o estigma e a discriminação, teríamos menos número de pessoas a contraírem o HIV e cada vez mais pacientes a aderirem ao tratamento TARV)”, apelou Bripa.
Em 2021, entre as pessoas vivendo com o HIV do grupo etário de 15 a 49 anos de idade, 70,1% conheciam o seu estado serológico, dos quais 96,4% se encontravam a receber tratamento anti-retroviral e, destes, 88,0% mantinham a carga viral suprimida.
Ainda assim, o ministro da Saúde reitera que a incidência do HIV continua elevada, o que exige a adopção de algumas medidas para, até 2030, acabar com a epidemia do HIV como ameaça de saúde pública.
“Temos que expandir as acções corajosas e efectivas para a eliminação do estigma e da discriminação na nossa sociedade, para facilitar o acesso aos serviços; devemos reforçar o diagnóstico e tratamento do HIV nas crianças; temos que melhorar a coordenação da resposta nacional ao HIV/SIDA e reforçar a responsabilidade de todos os sectores e actores.”
Na área de prevenção primária do HIV, o MISAU destacou a intensificação de intervenções para reduzir as barreiras sociais, estruturais e legais que interferem na resposta à epidemia, o que contribuiu para que, nos últimos dez anos, mais de 10 milhões de testes fossem feitos anualmente.
“Em relação à abordagem de auto-testagem, fizemos, recentemente, a expansão nacional. O auto-teste cria demanda e permite alcançar as populações que normalmente não usam os serviços de testagem disponíveis (adolescentes e jovens, homens e as populações-chave).”
Os resultados foram apresentados, esta quinta-feira, no âmbito do Dia Mundial contra o SIDA, que se assinalou esta quinta-feira, sob o lema “Alcançar a Igualdade na Resposta ao HIV/SIDA”.