O presidente da Tanzânia, John Magufuli, promete reabrir universidades e permitir a retomada de actividades desportivas e voos internacionais se os casos do novo coronavírus continuarem a baixar. Entretanto, autoridades internacionais de Saúde criticam o país pela falta de transparência na gestão na pandemia do novo coronavírus.
O governo da Tanzânia fechou escolas, interrompeu voos internacionais e proibiu grandes reuniões, mas a maior parte da actividade económica do país continua e as concentrações religiosas foram autorizados a continuarem, ao contrário de vizinhos como Ruanda, Uganda e Moçambique, que impuseram proibições totais.
Este domingo, o presidente tanzaniano voltou a questionar a qualidade dos testes e pediu aos cidadãos que rezassem para que as novas infecções continuem a baixar e as actividades possam ser retomadas nos próximos dias.
"Se a tendência que estou a ver continuar, planeio abrir universidades para que os alunos continuem com os seus estudos. Também planeio, como nação, permitir que o desporto continue porque faz parte do entretenimento dos tanzanianos", disse o presidente que participava de um culto.
Magufule fala de uma tendência crescente da recuperação e, sem dar datas específicas, exemplifica que um hospital em Dar es Salaam tinha 198 pacientes, mas agora trata apenas 12 casos.
A Tanzânia enfrenta críticas de autoridades internacionais de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde, pela lentidão na imposição de medidas de distanciamento social e falta de transparência na gestão da pandemia.
Ao contrário da maioria dos outros países africanos, o governo da Tanzânia passou dias sem actualizar publicamente o número de casos. Segundo a OMS, o país conta actualmente com 509 casos e 21 mortes.
Na quarta-feira, os Estados Unidos alertaram que a capital comercial Dar es Salaam estava a registar crescimento "exponencial" de infecções por COVID-19 e que alguns hospitais da cidade estavam a ser sobrecarregados.
No sábado, Magufuli demitiu o vice-ministro da Saúde, uma medida que seguiu a suspensão do chefe do laboratório nacional.