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Suposto recrutamento compulsivo para combater insurgentes cria alvoroço em Maputo

Informações postas a circular sobre um alegado recrutamento compulsivo de jovens para integrar as fileiras das forças governamentais que combatem insurgentes em Cabo Delgado colocaram o mercado grossista do Zimpeto, periferia da cidade de Maputo, em agitação.

Testemunhas contaram que os recrutadores, à paisana, efectuaram disparos como forma de lograr os seus intentos.

Desesperados com a informação que se espalha pelo mercado e arredores, à velocidade da luz, vendedores, clientes e transeuntes fugiram em debandada o que resultou no ferimento de algumas pessoas.

O transporte público de passageiros de Zimpeto para diferentes pontos da cidade e província de Maputo esteve momentaneamente interrompido.

Bancas e estabelecimentos comerciais, dentro e fora do mercado, ficaram literalmente vazios. O negócio parou num piscar de olhos, sobretudo no lado informal do mercado.

Fonte do Ministério da Defesa Nacional (MDN) garantiu ao "O País" que a agitação resultou de um boato difundido por indivíduos de má-fé.
O capitão de mar e guerra no MDN, Custódio Massingue, disse que o ministério recruta jovens por via de procedimentos legais no âmbito do recenseamento militar, em curso no país desde Janeiro passado.

“Está a ser produzido um comunicado” através do qual o MDN vai emitir o seu posicionamento.

“O Ministério e as Forças Armadas não precisam fazer isso (recrutamento compulsivo), porque está a decorrer o processo normal de recenseamento para depois fazer-se a selecção e incorporação (de jovens), de acordo com a lei”, explicou Custódio Massingue, que também responde pelo Departamento de Comunicação e Imagem no MDN.

Em declarações ao telefone, à Rádio de Moçambique (RM), o ministro da Defesa Nacional, Jaime Bessa Neto, disse que a agitação que houve na cidade de Maputo ocorre também na Matola. E resulta de “desinformação num momento em que decorre o recenseamento” militar para posterior triagem que visa a incorporação para treinos militares. Este processo acontece anualmente.

“As informações que circulam são para provocar agitação”, afirmou Jaime Neto e apelou à população para estar vigilante e denunciar os promotores de alegados boatos.

“Nós não temos necessidade de fazer recrutamento compulsivo porque temos forças suficientes para garantir a ordem e tranquilidade públicas, tanto nas operações” de combate de insurgentes “no norte (de Cabo Delgado) como no centro (Manica e Sofala)”, disse o ministro.

O Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) concede esta tarde uma conferência de imprensa sobre o assunto.

 

 

 

 

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