A crise alimentar mundial, causada pela guerra na Ucrânia e pelas mudanças climáticas, já provocou subnutrição grave a mais de 260 mil crianças, desde o início deste ano, o que se traduz em uma criança a cada minuto que passa, revela o UNICEF.
O Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância aponta a “guerra na Ucrânia e as alterações climáticas” como principais causas da “escalada no preço dos alimentos” e do tratamento médico.
Segundo a instituição, desde o início do ano em curso, a escalada da crise alimentar global levou a que mais 260 mil crianças sofram perda de peso severa em 15 países afectados pelo impacto da crise, em particular na Somália, Etiópia, Eritreia, Djibouti e na região do Sahel.
O UNICEF alerta que o “aumento dos preços dos alimentos”, devido à guerra na Ucrânia, aos cortes orçamentais provocados pela pandemia de COVID-19 e também “à seca extrema em muitos países”, fizeram disparar a necessidade de alimento terapêutico prontos a usar, cujo custo deverá sofrer um aumento de 16 por cento nos próximos seis meses.
Actualmente, pelo menos 10 milhões de crianças que se encontram gravemente subnutridas, ou duas em cada três não têm acesso ao tratamento mais eficaz, através dos alimentos terapêuticos, por exemplo à base de amendoim enriquecido com nutrientes, refere a agência das Nações Unidas.
Para mitigar o problema, o UNICEF apela para a disponibilização de 1,2 mil milhões de dólares com vista a evitar milhões de mortes de crianças nos países mais afectados pela crise alimentar e responder às necessidades imediatas dos petizes que sofrem de subnutrição grave.