É a concretização de um sonho. Aos 20 anos, Stefânia “Papelão” Chiziane, um dos novos valores da modalidade da bola ao cesto no país, irá dar o salto para o basquetebol norte-americano.
No alto dos seus 1.72 metros, Stefânia “Papelão” Chiziane ambiciona atingir o patamar de Clarisse Eulália Machanguana, única atleta moçambicana que já jogou na WNBA, versão feminina da NBA, espectacular liga profissional dos EUA.
A ida de Stefânia Chiziane para os EUA não espanta. Nem tão pouco! Franzina e com notável poder de penetrações pela zona central e linha de fundo, mostrou seu potencial no Ferroviário “B”, conjunto que contava igualmente com as talentosas Eleutéria “Formiga” Lhavanguane, Delma Zita e Dilma Roldão.
Bom tiro curto e velocidade, outros dos seus pontos fortes, foram determinantes para o Ferroviário “B”, na sua primeira aparição em provas internas, ocupasse o terceiro lugar no Campeonato da Cidade relegando, desta forma, os históricos Maxaquene, Desportivo e a destacável A Politécnica para aos lugares fora do pódio.
A fazer as posições um (base) e dois (extremo), Chiziane deixou, claro, com as suas exibições, que é o presente do futuro na modalidade.
De resto, o competente Nasir “Nelito” Salé, seleccionador nacional, rendeu-se ao seu potencial e convocou-a para a selecção nacional que, em Agosto, ficou em quarto lugar no “Afrobasket” de Bamako, no Mali.
Chiziane não fez parte da convocatória final, é certo, mas está claro que é uma aposta do futuro. Nelito não deixa mentir.
Na primeira pessoa
“O treinador da Clitan de Sousa, que já está a evoluir nos EUA, gostou da prestação dela em campo e perguntou-lhe se conhecia mais alguma atleta moçambicana que joga da mesma forma que ela. A Clitan disse ao treinador que eu era a jogadora ideal. Daí o treinador entrou em contacto com a direcção do Ferroviário de Maputo. De seguida, falou-se com a minha família, ela aceitou e comecei a tratar os documentos, assim já estou pronta para ir”.
“É algo muito satisfatório para mim, porque sempre foi um sonho meu ganhar uma bolsa para estudar e jogar nos Estados Unidos da América, assim, que a oportunidade chegou, o que tenho a fazer é agarrar com duas mãos e fazer valer as pessoas que me deram esta oportunidade. Aos meus treinadores, coach Ernesto “Dog”, coach Leonel “Mabê” Manhique porque sem eles não chegaria onde cheguei, se sou o que sou é graças a eles, agradeço muito a eles, também a minha família pelo apoio que ela me dá”, disse.