As duas equipas moçambicanas que participam nas competições africanas e com sortes diferentes nos jogos da primeira mão, em Maputo, partem para Angola com mesmo o objectivo, mas com ambições quase diferentes. Enquanto o Ferroviário de Maputo vai procurar gerir a vantagem magra, podendo inclusive empatar e passar a eliminatória, a União Desportiva de Songo vai à busca de uma vitória, por mais de dois golos, para assegurar lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos
A derrota do campeão nacional na primeira mão, em Maputo, diante do Petro de Luanda, por duas bolas a uma, compromete as aspirações da equipa na luta pela qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos. Uma derrota que vai pesar nos “hidroeléctricos”, uma vez que terão de duplicar as suas energias para alcançar positivo com muitos mais golos para assegurar lugar na “champions”.
Para garantir a qualificação para a fase de grupos, a turma de Songo terá de vencer por mais de dois golos de diferença, como forma de virar a eliminatória a seu favor, uma tarefa que se avizinha fácil, mas não impossível, como disse o técnico da colectividade, no final do jogo da primeira mão.
Entretanto, a União Desportiva de Songo está numa fase não boa, com duas derrotas consecutivas, a última delas diante do Baía de Pemba, para o campeonato, no sábado passado.
Ainda assim, os “hidroeléctricos” não vergam e garantem que vão a Tundavala para defrontar o campeão angolano e procurar a desforra, num ambiente a qual estão já preparados, quer em termos de enchente nas bancadas, quer pela hostilidade que vão encontrar, derivada da rivalidade entre os dois povos irmãos.
A União Desportiva de Songo parte na manhã desta sexta-feira, de Tete para Lubango, num voo charter, devendo aterrar ao meio dia, e de tarde realizam o treino de adaptação ao Estádio Nacional de Tundavala, local que vai acolher o jogo no sábado, quando forem 16h00 de Maputo.
“LOCOMOTIVAS” DE MAPUTO QUEREM “FAZER HISTÓRIA” EM TERRA ALHEIA
Por seu turno, o Ferroviário de Maputo, que partiu esta quinta-feira para Luanda e depois para Lubango, tem tarefa mais fácil, comparativamente à União Desportiva de Songo, mas complicada, tendo em conta o ambiente que vai encontrar na terra de JLO.
Os “locomotivas” da capital do país levam vantagem na primeira mão, ainda que ligeira, depois da vitória tangencial em Maputo e vão procurar gerir o resultado por forma a que não sejam surpreendidos.
Um empate ou mesmo vitória dos “locomotivas” e, até mesmo uma derrota, mas com diferença de um golo em Lubango, garante a qualificação da turma moçambicana para a fase de grupos da Taça CAF, também conhecida por Taça Nelson Mandela.
A turma orientada por João Chissano parte motivada pelos bons resultados que alcançou nas últimas três partidas, nos quais não sofreu nenhuma derrota. Venceu dois jogos e empatou um, no sábado, diante do Costa do Sol, com Mário a mostrar-se um verdadeiro goleador e, por isso, uma aposta ganha para a equipa técnica.
João Chissano antevê muitas dificuldades no jogo contra o Sagrada Esperança de Angola, referente à segunda “mão” da segunda eliminatória de acesso à fase de grupos da Taça Nelson Mandela. Ainda assim, o técnico do Ferroviário de Maputo garante que a sua equipa vai encarar a partida com a mesma responsabilidade de sempre.
Em vantagem na eliminatória depois da vitória a uma boa resposta no jogo da primeira “mão”, no Estádio Nacional do Zimpeto, o Ferroviário de Maputo vai para Angola para procurar um resultado que garanta a passagem para a outra fase. Apesar do desejo de vencer, o técnico dos “locomotivas” antevê muitas dificuldades na partida.
Para evitar possíveis surpresas, João Chissano diz que está a preparar a sua equipa da melhor maneira, de modo a estar a um bom nível. O técnico dos “locomotivas” conta com todos os jogadores disponíveis para esta partida, que vai ser disputada este sábado.
O Sagrada Esperança, por seu turno, tem estado a fazer aprimoramento do passe, recepção e circulação da bola nas sessões de treinos, visando o jogo com o Ferroviário de Maputo, sábado, às 20h00 de Maputo, no Tundavala, referente à segunda “mão” da penúltima eliminatória de acesso à fase de grupos da Taça da Confederação de futebol.
No jogo da primeira “mão”, disputado em Moçambique, os angolanos perderam por 0-1, estando, por isso, em desvantagem. Para passar a eliminatória, a equipa da Lunda-Norte está obrigada a vencer por uma margem de dois golos.
O defesa central Kimazembá, a recuperar-se de uma intervenção cirúrgica, constitui baixa para a equipa, segundo o médico do clube angolano, Demístocles Esteves.