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“Sofrimento constante faz perder dignidade”, diz Graça Machel

Graça Machel diz que não faz sentido que todos os anos o país contabilize perdas, tanto de infra-estruturas como humanas, por conta dos eventos extremos, e defende a criação de uma componente forte para o combate.

As infra-estruturas em Moçambique continuam despreparadas para resistir aos eventos climáticos extremos, apesar de quase ser uma certeza da sua ocorrência anualmente. O facto tem causado enormes prejuízos à economia e à população.

“Nós contabilizamos, todos os anos, perdas. Felizmente, desta vez, ainda não temos números elevados de perdas humanas. Há aquela coisa que se chama dignidade, quando uma família de repente tem de ficar ao relento e não sabe de onde virá a refeição seguinte, é a nossa dignidade, daquelas famílias que todos os anos estão a sofrer”, lamentou Graça Machel.

Por isso, Graça Machel chama atenção para a importância da criação de soluções sustentáveis.

“É preciso ter uma componente forte de como trabalhamos com famílias que não hão de ter dinheiro para comprar, mas estão a ser violentamente reduzidas não só nos recursos materiais, mas também é uma agressão muito grande à sua dignidade”, apelou.

Graça Machel falava esta quinta-feira, durante o balanço dos cinco anos da implementação do projecto do Fundo de Acesso Sustentável às Energias Renováveis (FASER), que tem como objectivo apoiar pequenas e médias empresas.

De acordo com o representante do FASER, Joaquim Oliveira, o projecto permitiu que 21 empresas pudessem desenvolver os seus negócios e atingiu 290 agregados nos últimos cinco anos.

Além desses resultados alcançados, o FASER pretende alargar ainda mais a sua actuação no mercado e, até 2030, o objectivo é cobrir 19 por cento da população que usa energia renováveis.

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