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Soeiro e Paco entendem que ‘teatro do oprimido’ contribui para combater a opressão

Manuela Soeiro e Lucrécia Paco participaram, esta quarta-feira, na Cidade de Maputo, na sessão de debate “Boal e Freire: convergência na construção de um mundo melhor”, promovida pelo Centro de Teatro do Oprimido (CTO), a propósito do Dia de Teatro do Oprimido.

A 16 de Março celebra-se o Dia Mundial do Teatro do Oprimido. Por isso mesmo, o Centro de Teatro do Oprimido, no Bairro Hulene, na Cidade de Maputo, reuniu actores, encenadores, artistas em geral e entusiastas da arte do palco. A grande tarefa de orientar a sessão foi confiada ao docente universitário e ensaísta, Dionísio Bahule, que realçou a importância de um grupo que tem investido em peças com uma componente cívica muito forte, que realça uma ligação umbilical entre quem diz e quem ouve.

Na famosa Feira de Hulene, o Centro do Teatro do Oprimido gerou um debate subordinado ao tema “Boal e Freire: convergência na construção de um mundo melhor”. Apoiando-se ao tema, Lucrécia Paco defendeu que o teatro do oprimido é fundamental porque é aquela arte que coloca o Homem a reflectir sobre si e, em função disso, sobre o seu próprio papel na sociedade moçambicana. “Este movimento é muito bom porque leva o teatro às pessoas, num país em que se regista muitos problemas de salas de teatro e em que o público debate-se com problemas de transporte que não estimulam a visita às salas teatrais tradicionais”.

Segundo Lucrécia Paco, o teatro do oprimido merece investimento por parte da sociedade moçambicana porque, de facto, contribui no combate a qualquer tipo de opressão. Quem concordou com esta abordagem foi Manuela Soeiro. “Graças ao teatro do oprimido, temos a possibilidade de reflectir sobre nós próprios, num país com tantos problemas, como agora. É bom pensar o que o teatro pode proporcionar em termos de forma de estar e de criticar com originalidade”.

Por sua vez, o Coordenador-Geral do Centro de Teatro do Oprimido, Alvim Cossa, acrescentou que o combate à opressão, através do teatro do oprimido, faz-se através de exposição de ideias e de constrangimentos no palco. Este cenário, acrescentou Cossa, permite ao auditório “olhar para uma determinada situação e viajar para dentro de si, buscando respostas para partilhar com os outros as suas sensibilidades”.

O encontro desta quarta-feira, inclusive, serviu para o Centro de Teatro do Oprimido reflectir sobre o trabalho feito nos 21 anos de existência, rumo à liderança da transformação.

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