O País – A verdade como notícia

O presidente da Comissão de Gestão da LAM,  Dane Kondic, pediu demissão  a companhia aérea na sequência do fim do seu contrato de três meses, no dia 14 de Agosto corrente. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, durante uma reunião do Conselho de Direcção da empresa.

Há três meses no cargo, o homem de dupla nacionalidade – australiana e sérvia – pediu demissão por volta das 10h00. “Levantou-se e disse que ia embora do país”, porque o seu contrato de gestão da LAM era de três meses e expirou no dia 14 de Agosto corrente, confirmou ao “O País” uma fonte da própria companhia aérea de bandeira.

Refira-se que na altura em que Dane Kondic foi anunciado para a gestão da LAM, tinha a responsabilidade de, em 12 meses, reestruturar a companhia aérea de bandeira e garantir o seu crescimento sustentável.

Com uma experiência de 35 anos na aviação, Kondic anunciou, na última terça-feira, a compra de uma aeronave para responder à demanda do mercado, com previsão de chegada ao país até esta quarta-feira.

No entanto, na quinta-feira, o Gabinete de Comunicação e Imagem da da LAM confirmou à STV que o avião ainda não tinha chegado.

O relatório das Nações Unidas publicado esta quinta-feira refere que 4,6 mil pessoas foram vítimas de violência sexual em seis países africanos em conflito ano passado. Moçambique é o único país lusófono.

Trata-se do 16º Relatório Anual do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência Sexual Relacionada a Conflitos, apresentado esta quinta-feira. 

Entre os países com o maior número de casos estão República Democrática do Congo, Haiti, República Centro-Africana, Somália e Sudão do Sul.

Moçambique é a única nação de língua portuguesa citada no estudo que regista casos de mulheres e meninas deslocadas, refugiadas e migrantes que enfrentaram padrões generalizados de violência sexual relacionada a conflitos.

Só em Kivu, no Congo, foram tratados mais de 17 mil vítimas de violência sexual em apenas cinco meses, em 2024, segundo o relatório, à medida que os combates entre as forças congolesas e os rebeldes do M23 se intensificavam.

O estudo revela também que há cerca de 63 instituições públicas e privadas listadas no anexo do relatório, suspeitas de serem responsáveis por padrões de violação e outras formas de violência sexual em conflitos armados.

O processo de verificação externa de evidência nos institutos técnicos-profissionais para a emissão de certificados passa a ser digital,  garante o Secretário do Estado do Ensino Técnico Profissional. A medida anunciada, hoje, visa acelerar a certificação dos estudantes. 

o Ensino Técnico Profissional está implementar  reformas, para acelerar a emissão de certificados de conclusão de curso. A intervenção acontece em três níveis estratégicos, tendo como foco principal a melhoria do Sistema de Gestão de Informação da Educação Profissional.

Além da digitalização do processo de certificação, o Ministério avança que está também a trabalhar numa estratégia de descentralização parcial, que permitirá às instituições de ensino técnico-profissional imprimirem certificados. 

Sobre a fiscalização das instituições de ensino técnico, o sector diz não conhecer nenhuma instituição que opera fora das normas.

A implementação das melhorias está prevista para iniciar ainda este ano, com a expectativa de que, até 2026, esteja completamente operacional em todo o país.

A União Europeia disponibiliza 3 milhões de euros para financiar o reforço da capacidade de resposta a desastres na África Austral. O projecto vai beneficiar directamente cinco países, incluindo Moçambique.

Num contexto em que mudanças climáticas tendem a agravar-se e desafiar alguns países, a União Europeia, através da ONU e do Centro de Operações de Emergência da SADC, financia  alguns países da África Austral.

De acordo com  um comunicado da PMA, o projecto poderá beneficiar  a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, em Moçambique, Malawi, Madagáscar, Zâmbia e Zimbabwe na preparação para os desastres naturais.  

“Esta parceria com o PMA e outros parceiros implementadores, e o apoio da União Europeia, reforça o nosso compromisso colectivo de proteger vidas e meios de subsistência na região da SADC, através do reforço da preparação e da resposta”, disse Anderson Kamdambo Banda do Centro de Operações de Emergência/SADC.

As actividades incluem políticas para melhorar o movimento nas fronteiras de suprimentos humanitários, pré-posicionamento de ajuda em locais estratégicos, busca, salvamento e formação de equipes regionais de resposta às emergências.

Refira-se que o projecto designa-se “Reforçando a Preparação da SADC: Apoio ao SHOC para uma Resposta Eficaz a Desastres” e foi lançado esta quinta-feira, em Nacala, província de Nampula.

João de Abreu não é mais Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM). O despacho de exoneração foi assinado por João Matlombe, ministro dos Transportes e Logística.

A exoneração de João de Abreu, segundo apurou “O País”, aconteceu nesta quarta-feira, mesmo dia em que concedeu uma entrevista à STV, reagindo à polémica sobre as tarifas ilegais aplicadas a clientes pela empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).

Na entrevista, o Comandante de João de Abreu negou qualquer participação do IACM na fixação do preço dos bilhetes da LAM.

“O País” apurou, também, que, nesta terça-feira, João de Abreu teria submetido um pedido de afastamento do cargo e alegou questões de saúde.

O pedido teve resposta no dia seguinte – quarta-feira – e o documento ostentava a assinatura de João Matlombe.

Entretanto, decisão igual à que o ministro dos Transportes e Logística tomou carece de ser chancelada pelo Conselho de Ministros, de acordo com as nossas fontes. O Governo reúne-se, ordinariamente, às terças-feiras e a exoneração de De Abreu poderá ser analisada na próxima sessão.

Recorde-se que na entrevista à STV, o PCA ora exonerado disse ter sido o seu elenco que denunciou ao Ministério dos Transportes e Logística e à Autoridade Reguladora da Concorrência a ilegalidade das tarifas aplicadas pela LAM.

Morreu, esta quarta-feira, vítima de doença, Francisco Carrilho, co-fundador e accionista do SOICO. Francisco Carrilho perdeu a vida numa unidade hospitalar no exterior, vítima de doença e tinha 78 anos de idade. 

Francisco Carrilho é co-fundador do Grupo SOICO e um dos seus accionistas. Desde a primeira hora, Francisco Carrilho acompanhou todo o processo de criação da Stv, que revolucionou a indústria de media em Moçambique. 

Discreto, mas sempre presente, Francisco Carrilho assistiu a evolução do Grupo SOICO. Esteve presente também nos preparativos e no lançamento do jornal O País, mas também de todas as outras várias iniciativas do Grupo SOICO e que tiveram um grande impacto, não só sobre a indústria de comunicação, como também na sociedade moçambicana.

A exploração desenfreada de recursos no Parque Nacional de Zinave está a colocar espécies florestais à beira do desaparecimento, alertam os gestores das áreas de conservação da província de Inhambane.

Durante um encontro com o Procurador-Geral da República, os responsáveis denunciaram a morosidade processual que inviabiliza a responsabilização dos infratores, mesmo após operações e detenções. Quase nenhum caso chega a julgamento, comprometendo os esforços de preservação.

O caso mais preocupante foi reportado pelo Parque Nacional de Bazaruto, a maior reserva marinha do país, que admite não ter controlo efetivo sobre quem entra ou sai da sua área insular.

No Parque Nacional de Zinave, localizado no distrito de Mabote, a extração de madeira ocorre de forma descontrolada, atingindo níveis alarmantes que ameaçam a sobrevivência de certas espécies.

O Procurador-Geral afirmou que o encontro teve como objetivo compreender o funcionamento e as dificuldades enfrentadas pelas áreas de conservação.

A província de Inhambane conta com três áreas protegidas de relevância estratégica: o Parque Nacional de Zinave, o Parque Nacional de Bazaruto, que abrange os distritos de Inhassoro e Vilankulo, e a Reserva Nacional de Pomene, situada em Massinga.

Dados publicados hoje pelo FDC e UNICEF apontam para 37% de crianças afectadas pela desnutrição. Factores culturais e modo de preparação de alimentos continuam entre as causas da desnutrição crónica em Sofala.

Em 2024, a desnutrição crónica na província de Sofala afectava 35,9% de crianças dos 0 a 5 anos de idade. Este ano, os dados apontam para 37% segundo uma pesquisa da FDC, uma organização sem fins lucrativos.

“O resultado mostra que não estamos bem, nós continuamos com índices acima de 30, 37%, significa que estamos a comprometer o futuro destas crianças”, lamentou Diogo Milagre, Delegado da FDC na Beira. 

Entre as causas estão os hábitos culturais e modos de preparação dos alimentos. “Há desafios culturais, de ordem cultural, preparo alimentar, mesmo nas prioridades que nós damos a nossa alimentação. Repare que há produtores  que conseguem altas colheitas mas vendem tudo e, em períodos que são desafiados com a estiagem,   não conseguem manter uma dieta que propicia um balanço sustentável. Portanto, esses são os desafios que nós precisamos olhar para eles a partir da família  e a partir de todo um quadro sistémico, onde nós estivermos inseridos”, disse Milagre.  

Para reverter o cenário, uma das áreas de intervenção do UNICEF inclui a mudança comportamental, através da formação de actores comunitários.

“O pacote deste programa incluia três áreas-chave que eram: saúde e nutrição, água e saneamento e mudança de comportamento. Nós focamos muito na questão do fortalecimento do sistema, capacidade das comunidades, conseguimos formar agentes comunitários como actores polivalentes para a saúde  nas comunidades”, avançou Lucinda Majama, representante da UNICEF. 

Especialistas recomendam uma alimentação saudável nos primeiros dias da criança, como procedimento indispensável no combate à desnutrição crónica.

O Tribunal Judicial de Gondola, em Manica, não encontrou provas do envolvimento de dois menores no caso de violação de outra uma menina de nove anos de idade. O caso ocorreu naquele distrito e os menores não foram submetidos à medida de prevenção criminal. 

Na companhia de seus progenitores, os dois menores de oito anos acusados de violar uma colega de escola chegaram ao Tribunal Judicial de Gondola, para conhecerem o desfecho do  seu caso por volta das 9 horas desta quarta-feira.

A decisão foi proferida à porta fechada, mas o “O País” sabe que o tribunal não encontrou elementos suficientes que provassem que os petizes mantiveram relações sexuais forçadas com a menina de 9 anos.

Para os pais, a decisão já era de esperar, uma vez que as crianças, segundo dizem, não têm capacidade de praticar actividade sexual.

Por lei os menores são imputáveis criminalmente, o que significa que não podem ser responsabilizados, pois o legislador entende que ainda não tem maturidade suficiente para compreender o lado ilícito dos seus actos.

Mesmo assim, se fosse provado o facto que configura crime de violação sexual, seria aplicada a figura de prevenção criminal patente no artigo 27 da Lei de Organização Tutelar de menores que aplica como medidas: 

  1. repreensão registada;
  2. Entrega à responsabilidade dos pais, tutor, família de acolhimento ou pessoa encarregada pela sua guarda;
  3. Caução de boa conduta;
  4. Liberdade assistida;
  5. Proibição de frequentar determinados recintos ou locais por período certo de tempo ou de acompanhar com certo tipo de pessoas;
  6. Assistência médico-psicológica;
  7. Colocação em família idónea ou em estabelecimento oficial de educação, em regime de semi-internato;
  8. Colocação, em regime de internato, em escola de formação vocacional;
  9. Prestação de serviço à comunidade por período não superior a noventa dias;
  10. Internamento em estabelecimento de recuperação juvenil;
  11. Obrigação de reparar o dano.

 

Para o advogado Serrano Junior, o Tribunal de Gondola agiu em conformidade com a Lei. No entanto, Serrano Júnior lamentou a forma como os seus constituintes foram expostos publicamente, sublinhando que houve uma tentativa de manchar a imagem dos menores agora considerados inocentes.  

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