O País – A verdade como notícia

A insegurança provocada pelo terrorismo está a condicionar a prática de agricultura no distrito de Macomia. A situação é considerada crítica e poderá comprometer a campanha agrícola de 2025/2026.

Alguns camponeses de Macomia não estão a conseguir cuidar  devidamente das suas machambas devido a suposta circulação constante do grupo armado nas matas do distrito.

“Há muito tempo, nós não dependíamos de apoios,  porque costumávamos  produzir  a nossa própria comida, conseguíamos cortar  paus e bambus para vender ao longo da estrada. Mas, hoje, vivemos dependentes de apoio, porque temos medo de ir às matas e sermos perseguidos”, contou Remígio Charifo, camponês em Macomia. 

Apesar da insegurança em Macomia,  o governo continua a prestar apoio aos camponeses com insumos agrícolas e assistência técnica para evitar que a população continue dependente de donativos.

Os insumos agrícolas que estão a ser distribuídos aos camponeses de Macomia foram doados pelo Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento no âmbito do programa de estabilização e recuperação de Cabo Delgado pós terrorismo.

Segundo estatísticas, na campanha agrícola 2025/2026, os camponeses do distrito de Macomia abriram cerca de 40 hectares onde estão a produzir o milho, arroz, feijão entre outras culturas alimentares e de rendimento.

A imundície e o lixo tomaram de assalto o mercado grossista de Warresta, na cidade de Nampula. Vendedores dizem estar agastados com a situação e exigem soluções urgentes.

Com o arranque da época chuvosa, os vendedores do mercado grossista de Warresta dizem viver momentos difíceis, devido ao fraco saneamento do local. A situação tem obrigado os vendedores e clientes a conviverem com lixo acumulado e águas turvas, mesmo sabendo dos riscos a que estão expostos.

A situação torna-se ainda mais crítica num momento em que o edil de Nampula, Luís Giquira, tem feito várias promessas relacionadas com a limpeza dos mercados. Porém, no terreno, a realidade é diferente, por isso os vendedores de Warresta exigem soluções urgentes.

Entretanto, os responsáveis do mercado reconhecem as deficiências na recolha do lixo e asseguram que estão a trabalhar em coordenação com a empresa municipal EMUSANA, com vista a assegurar uma limpeza.

Refira-se que o mercado grossista de Warresta abastece toda a província de Nampula e parte da província de Cabo Delgado.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) assistiu mais de 600 mil pessoas entre Outubro e Novembro últimos em Moçambique, distribuindo 2365 toneladas de alimentos e 2,3 milhões de dólares (perto de 15 milhões de meticais) em apoio monetário.

De acordo com um relatório do Programa Alimentar Mundial (PAM), uma agência das Nações Unidas que zela pela qualidade de alimentação das populações, em Moçambique foram assistidas mais de 600 mil pessoas, o que fez com que se distribuísse alimentos e valores monetários para suprir as necessidades dos moçambicanos.

“O PAM chegou a mais de 600 mil pessoas em Moçambique, distribuindo 2365 toneladas de alimentos e 2,3 milhões de dólares através de transferências monetárias”, lê-se num relatório daquela agência das Nações Unidas (ONU), citado pela Lusa.

De acordo com o PAM, a resposta de emergência ocorre face à crise de deslocação no Norte de Moçambique, causada pela escalada de violência, devido às incursões terroristas, que continua a perturbar vidas e pela recente expansão dos ataques à província vizinha de Nampula, que desencadeou deslocações em massa, agravando o conflito em curso na província de Cabo Delgado, epicentro do conflito armado no país há oito anos.

“Em resposta às novas deslocações em Nampula, o PAM prestou também assistência alimentar de emergência a 10 220 pessoas no âmbito do Programa de Resposta Conjunta com parceiros da ONU. Estão em curso preparativos para apoiar outras populações deslocadas”, refere-se na nota.

O documento avança ainda que, em Cabo Delgado, o ciclo de assistência alimentar de Novembro/Dezembro foi concluído no dia 18, tendo atingido 87 328 agregados familiares, aproximadamente 436 640 beneficiários.

“Nas zonas afectadas por conflitos, como Mocímboa da Praia, as autoridades distritais coordenaram-se com o PAM e parceiros para alinhar a distribuição de sementes e a formação em agricultura de conservação. Em Ancuabe e Macomia, o PAM apoiou a distribuição de sementes, organizou a formação de agricultores e promoveu soluções baseadas na natureza para impulsionar a educação e a resiliência”, é referido.

A ajuda humanitária, segundo aquela agência, também incluiu a “nutrição em situações de emergência”, com o PAM a continuar a apoiar o Governo através do Programa Nacional de Reabilitação Nutricional para combater a malnutrição aguda entre os grupos vulneráveis e mais de 8300 crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas ou em período de amamentação em Cabo Delgado e Nampula receberam assistência.

No mesmo mês, o Governo liderou os esforços para reforçar a segurança alimentar, a resiliência climática e os meios de subsistência, tendo o PAM prestado apoio técnico em várias províncias, incluindo Nampula em que a liderança governamental foi reforçada através da Formação de Formadores em Serviços Climáticos Integrados e Participativos para a Agricultura (PICSA).

No âmbito da protecção, o PAM apoiou a campanha dos 16 Dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género (VBG), cujo objectivo foi promover a igualdade de género e, no mesmo período, foram alcançados progressos notáveis no sentido de aumentar a resiliência climática das comunidades e promover a inclusão financeira das mulheres e dos jovens.

“Em Novembro, mais de 14 mil agricultores receberam previsões meteorológicas, 1700 foram formados (…), 300 famílias receberam sementes, 500 agricultores beneficiaram de armazenamento refrigerado e foram entregues 200 ‘kits’ de processamento de alimentos. As mulheres representaram 45% do total de beneficiários”, acrescenta o PAM.

De acordo com comunicado, PAM apoiou também a alimentação escolar nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, atingindo aproximadamente 95 mil alunos, “para melhorar a assiduidade e a permanência na escola” e para manter os alunos nas escolas em zonas afectadas pela seca, o PAM distribuiu com 14 mil toneladas métricas de alimentos para pais e encarregados de educação de crianças inscritas no programa de emergência de alimentação escolar em Caia, província de Sofala, “concluindo a resposta à seca provocada pelo El Niño”.

Segundo aquela agência, actualmente, são necessários cerca de 115 milhões de dólares (7,3 mil milhões de meticais) em financiamento líquido para a assistência humanitária até 26 de Maio de 2026.

Alunos e encarregados de educação entram e saem de estabelecimentos de ensino da Cidade de Maputo, para consultar os resultados da nona, décima e décima segundas classes. Enquanto os da décima e a décima segunda saem entre lamentações e alegria, com os resultados já publicados, os alunos da nona classe continuam em suspense. É que, após a realização dos exames remarcados para os dias 8 e 9 de Dezembro, devido ao anulamento por fraude de violação dos envelopes, na província da Zambézia, as escolas ainda não têm resultados.

“O processo da nona classe ainda está a decorrer”, disse ÉLio Mudender, director dos Serviços Sociais da Cidade de Maputo numa entrevista ao jornal O País. A fonte justifica que os constrangimentos registados na Zambézia, com impacto por todo o país, estão por trás da demora. “Neste momento, os técnicos técnicos estão a monitorar o processo e a recolher os dados”, afiançou.

Na capital do país, foram submetidos ao exame da nona classe 18 049 alunos, e os Serviços Sociais da Cidade de Maputo falam de um resultado negativo de 65%. “É uma experiência nova, todos estamos a aprender com isso, e quero acreditar que nos próximos anos teremos um cenário melhor, aprendido em 2025, para melhorar a qualidade do nosso ensino”, assumiu Mudendere.

Esta é a primeira vez que a nona classe realiza exame, no âmbito da revisão do programa curricular iniciado em 2018.

Os profissionais de saúde nacionais ameaçaram realizar uma greve que consideram “mais perigosa” do sector caso não seja assegurado o pagamento do 13º salário aos funcionários públicos, no prazo de 15 dias. Os profissionais, que falavam nesta segunda-feira, em conferência de imprensa, disseram que o pagamento deve ser integral e atempado.

É mais uma ameaça dos profissionais de saúde de Moçambique contra o Governo, depois de muitas outras, algumas concretizadas e outras não, relativas às suas exigências como funcionários públicos.

Desta vez, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) ameaça entrar em greve, caso o Governo não pague o 13º salário aos funcionários públicos num prazo de 15 dias, ou seja, até meados do próximo mês de Janeiro.

“O Governo, se não pagar o 13.º salário na íntegra aos profissionais de saúde, as unidades sanitárias todas serão fechadas aqui, em Moçambique”, disse em conferência de imprensa o presidente da APSUSM.

Anselmo Muchave explicou que o 13.º salário é um direito legal, consagrado no ordenamento jurídico laboral do país, “não sendo negociável, nem um favor” concedido pelo Governo aos funcionários públicos.

“Nesta senda, o não pagamento do 13.º salário terá consequências graves e imediatas na vida do profissional de saúde e, por consequência, no funcionamento das unidades sanitárias em todo o território nacional”, disse Muchave.

Para este dirigente, as consequências poderão afectar os doentes, uma vez que “os hospitais, centros de saúde e demais serviços de atendimento estarão inevitavelmente em situação de caos operacional, colocando em risco a continuidade e a qualidade dos cuidados prestados à população”.

Segundo o presidente da APSUSM, durante o ano, a falta de insumos medicamentosos e de alimentação nas unidades sanitárias levou a mortes “mais graves que os massacres que estão a acontecer em Cabo Delgado”, província afectada por ataques de extremistas no Norte de Moçambique, desde 2017.

“O Governo não mostrou certeza, acções concretas, a não ser falácias durante todo o ano. Tivemos unidades sanitárias que até agora têm dificuldades graves, mas o Governo, a direcção do Ministério da Saúde, não saiu a falar daquilo que está a acontecer na jornada sanitária. O nosso povo está a morrer”, afirmou Anselmo Muchave.

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique, que abrange cerca de 65 mil profissionais de saúde de diferentes departamentos, deu 15 dias para que o Governo responda à exigência, porque, segundo Muchave, passado o prazo, a classe não se vai “sentar” para negociar o pagamento, já que “o 13.º não se negocia”.

Recorde-se que em Agosto passado os profissionais de saúde moçambicanos alertaram para “deficiências alarmantes” no fornecimento de medicamentos nas unidades sanitárias e pediram a nomeação de uma nova equipa para dialogar no âmbito das conversações com o Governo para acabar com paralisações.

O Presidente da República, Daniel Chapo promulgou e mandou publicar um conjunto de Leis  que integram o pacote de reformas fiscais. São elas: Lei que altera a pauta aduaneira e as respectivas instruções  preliminares; lei que altera o código do imposto sobre consumo específicos  (ICE); lei de alteração do imposto simplificado para pequenos  contribuintes;  lei que altera o código do imposto sobre o valor acrescentado  (IVA);  lei que altera o Código do imposto sobre o rendimento das  pessoas singulares (IRPS); e lei que altera o código do imposto sobre o rendimento das  pessoas colectivas (IRPC). 

Segundo o comunicado da Presidência da República, a promulgação das alterações ao pacote fiscal encerra o processo  de produção legislativa, materializando parte do compromisso  assumido no discurso inaugural de Daniel Chapo aquando da  sua investidura.

Alberto da Cruz e Hélder Jauana condenam o uso abusivo do passaporte diplomático por parte de alguns dirigentes. Os comentadores da STV defendem ainda reformas profundas na legislação aduaneira.

Continuam sonantes na sociedade reacções às queixas do uso indevido do passaporte diplomático,  por parte de alguns dirigentes. Alberto da Cruz diz que o documento não deve ser usado para intimidar os agentes alfandegários. 

“O grande problema é que, de facto, abusou-se deste documento. Mais uma vez, é um documento. Aqueles não são diplomatas, esses que estão tocando com aquele documento. Não, não, não. Não são. São cidadãos, às vezes, normais. Só que gostam de se sentir chefes e, quando passam no aeroporto, é o pacato funcionário, que também tem medo do poder político, porque aqui é outra coisa, se confunde o passaporte vermelho com o cartão do partido. Quem é aqui que vai ter um passaporte diplomático, se não está num partido com poder? Então, às vezes, você pensa que é um chefe. Então, intimida-se o funcionário público na ideia de que eu sou chefe. E, se você não trabalhar como deve ser e me deixar passar, eu posso tirar daqui. Este é um facto que tem que ser colocado à mesa”, explicou o comentador. 

E mais, fala de abusos por parte dos familiares beneficiários, que usam o documento para fazer negócios.  

“As esposas dos chefes que têm passaporte diplomático, que, por inerência, elas têm, abrem boutiques aqui na cidade com os passaportes diplomáticos. São elas que viajam na China, essas lojas todas, não pagam impostos e ficam a fazer rios e rios de lucros, até sem impostos, além dos direitos aduaneiros de que falamos. Os salões de cabeleireiro, os restaurantes, quer dizer, virou um negócio ter um passaporte diplomático, de tal forma que é uma luta gigante para as pessoas acederem a cargos que lhes dão esses direitos. E até há questões relacionadas a drogas, há questões relacionadas a viagens presidenciais que as pessoas, de alguma forma, mais uma vez, abusam. A grande questão aqui é o abuso, que eu acho que se deve discutir com mais seriedade lá na Autoridade Tributária, em outros sítios, e nos dizerem bem, bem, bem, essa coisa de passaporte diplomático, qual é o limite”.

Por sua vez, Hélder Jauana questiona a necessidade de abrangência do documento aos familiares. 

“Se a lei já explica quem tem acesso, se calhar podemos discutir outra questão, por que os cônjuges e os filhos devem ter acesso? Gozam aqui na fronteira, aqui na Ressano Garcia-Lebombo, gozam, riem-se, fazem chacota, no sentido de que nesse país toda a gente tem passaporte diplomático”. 

Outra preocupação tem a ver com a isenção de impostos para algumas pessoas. 

“Há algo para mim muito mais profundo que a profissional Fátima levantou e que ninguém está a discutir, é a questão da franquia, dos 200 dólares. Eu viajo, não tenho passaporte diplomático, tenho o passaporte ordinário, vou para fora do país, volto, não tenho fábrica de roupas, não tenho, quer dizer, impõe-me 200 dólares. Temos que ser realistas, ninguém está a discutir o que a senhora Fátima levantou. A questão da franquia é séria, quando diz que é importante que quem legislou sobre a franquia reflita sobre ela e decida se altera ou não, porque os funcionários da alfândega, eu próprio aborreço-me quando mandam-me abrir malas, é deselegante”. 

Contudo, os comentadores do programa Pontos de Vista da STV defendem reformas profundas na legislação aduaneira sobre a matéria.

O Hospital Central de Maputo tem apenas 160 unidades de sangue de reserva para atender as necessidades que poderão surgir nas comemorações do fim-de-ano. O Director do Banco de Socorros apela à doação do líquido para evitar pressões. 

Com as celebrações do natal e fim-de-ano, aumenta a procura por cuidados de saúde. Muitas vezes, são pacientes que necessitam de transfusão de sangue e neste momento, a maior unidade sanitária do país tem apenas 160 unidades no stoque.  

“Nós temos até então 160 unidades de concentrado de glóbulos vermelho e seus derivados. Como eu referi anteriormente, ter 160 unidades de concentrado de glóbulo não implica igual número de pacientes, porque há doentes que podem precisar de mais de 2, 3, 4 ou mais de 5 unidades de sangue. Por isso, continuamos a dar o nosso apelo à população para que se dirija ao banco de sangue do Hospital Central de Maputo. Nos dias normais de trabalho, nós estamos abertos das 7h30 até às 17h. No sábado, estamos abertos das 7h até às 12h. E aos domingos, como é habitual, nós procuramos locais de grandes aglomerados, como igrejas ou outros sítios onde somos convidados para a doação de sangue”, explicou Dino Lopes, director do serviço de Urgências, do Hospital Central de Maputo. 

Nas últimas 72 horas, pelo menos 1500 pessoas foram atendidas, no Hospital Central de Maputo, e alguns serviços estiveram sobrecarregados. 

“Todas as portas de entrada, nomeadamente a urgência de adultos, a urgência de pediatria, ginecologia, maternidade, medicina legal, clínica especial, estiveram pressionadas. Mas nós, como é habitual, temos a equipe normal de trabalho e temos as equipes de reforço. Todas essas urgências nós tivemos as equipes de reforço, que juntaram as forças e conseguimos dar uma resposta com eficácia a todos os pacientes que procuraram os nossos serviços.”

Entre as ocorrências do fim-de-semana destaca-se um  acidente de viação que resultou em óbito. 

O dia da família que devia ser de união, harmonia e celebração familiar foi manchado de sangue no distrito do Dondo, província de Sofala. No dia 25 de Dezembro, uma mulher foi detida por supostamente matar o próprio marido, num acto de violência que culminou na mutilação genital da vítima.

Segundo informações da Polícia da República de Moçambique (PRM), o crime ocorreu após uma discussão acesa entre o casal, cujo relacionamento era marcado por constantes desentendimentos e consumo de bebidas alcoólicas. Durante o confronto, a mulher agrediu gravemente o companheiro, provocando ferimentos que se revelaram fatais. 

O porta-voz da PRM em Sofala, Honório Chimbo, explicou que a detenção da indiciada foi possível graças à participação activa da comunidade. “A detenção da indiciada foi possível através de denúncias feitas pelos vizinhos, que, ao tomarem conhecimento da ocorrência, comunicaram o caso à subunidade da PRM no comando distrital do Dondo. A polícia deslocou-se prontamente ao local, neutralizou a suspeita e encaminhou-a para as celas”, afirmou.

O porta-voz acrescentou que a mulher confessou o crime e justificou, parcialmente, a sua acção por motivações passionais. “Ela assume o cometimento do crime e refere que tudo ocorreu após uma discussão intensa com o marido. No entanto, nenhum acto justifica este tipo de violência. Apelamos sempre ao diálogo como forma de resolver conflitos conjugais”, reforçou Chimbo.

Segundo a PRM, a vítima recebeu assistência médica e foi encaminhada para a unidade sanitária mais próxima, mas, devido à gravidade dos ferimentos provocados pela agressão, perdeu a vida. “Trata-se de um caso de homicídio agravado, que seguirá os trâmites legais até às instâncias judiciais competentes”, reforçou o porta-voz.

A indiciada, de 39 anos, relatou às autoridades que mantinha um relacionamento de quase cinco anos com o falecido, com quem tem uma filha. Em depoimento à polícia, a mulher descreveu os acontecimentos que levaram à tragédia.

“Tínhamos muitos problemas. Houve discussão e naquele dia tínhamos bebido. (…) Perdi o controlo. Nunca pensei que isso fosse terminar assim. Estou arrependida”, disse.

Em detalhe, a mulher contou que o conflito iniciou-se quando tentou contactar o marido para resolver uma situação relacionada com o telemóvel do parceiro que a vítima alegava estar na posse da indiciada. Face a este cenário, a implicada narra que o malogrado mostrou-se agressivo e a violência atingiu um nível extremo.

“Ele estava grosso, eu também estava. Liguei para o telefone dele, mas ele não me atendeu. Depois tentei por intermédio de amigos, mas ele continuava agressivo. A situação descontrolou-se, quando estávamos em casa, eram por aí uma hora da madrugada e estava a chover. Ele apertou-me pescoço e não aguentei, acabei mordendo e arranquei os órgãos genitais do meu marido”, relatou a indiciada, descrevendo o momento em que o acto de mutilação ocorreu.

 As autoridades mostram-se preocupadas com o aumento de crimes violentos na região e apelam aos líderes comunitários para reforço da educação cívica, prevenção da violência doméstica e acompanhamento psicológico de casais em conflito.“Apelamos às famílias e à comunidade para privilegiarem o diálogo e a mediação de conflitos. A violência nunca pode ser solução”, reforçou Honório Chimbo.

Nesta altura, a detida encontra-se nas celas do comando distrital do Dondo e responderá criminalmente pelo crime de homicídio agravado.

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