A sociedade civil quer mais inclusão de mulheres no processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR). O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) diz que se deve buscar estratégias para o envolvimento da classe na manutenção da paz.
A mulher é uma das principais vítimas dos conflitos armados no país e uma das partes integrantes no processo de pacificação.
Ainda assim, a sociedade civil diz que ainda há desafios que provocam a exclusão do grupo social do processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração dos antigos guerrilheiros da Renamo, em curso desde 2019.
“Existem inúmeros obstáculos que contribuem para a fraca presença das mulheres nestes processos, que começam desde factores socioculturais, históricos e até políticos. Queremos chamar atenção para a necessidade de desenho de acções com vista a melhorar quantitativa e qualitativamente a participação das mulheres nestes processos”, explicou Hermenegildo Mulhovo, secretário-executivo do IMD.
A preocupação foi levantada, esta terça-feira, em Sofala, durante a abertura da Conferência das Mulheres sobre Paz e Segurança.
Só naquela província, o processo de DDR vai abranger cerca de 1300 beneficiários, e a secretária de Estado defende a busca de experiências que permitam maior participação das mulheres.
“O grupo-alvo é maioritariamente constituído por homens”, referiu Stella Zeca, secretária de Estado na província de Sofala.
O processo de DDR vai abranger cerca de cinco mil antigos guerrilheiros da Renamo, nas províncias de Sofala, Inhambane, Tete, Niassa e Nampula, à luz do acordo de paz e reconciliação nacional.