O País – A verdade como notícia

Estão detidos um agente da Polícia e um funcionário da Administração Nacional de Estrada acusados de roubo e vandalização no Hospital Provincial de Xai-Xai, em Gaza. A Situação deixou o hospital parcialmente às escuras, além de deixar 4 serviços sensíveis sem sistema de frio e água

O Hospital Provincial de Xai-Xai sofreu o pior roubo e vandalização dos últimos 5 anos, na sequência da vandalização e saque.

“É um retrocesso muito grande.  Os prejuízos são grandes. Não podemos trazer cá valores.Nos últimos seis meses temos registrado vandalizações de roubos de equipamentos, de vários bens. Estamos a falar de vandalização da parte elétrica da enfermaria de subespecialidade, que neste momento já estava pronta para funcionar”, revelou, Elisa Fuel, Administradora do hospital de Xai-Xai.

Os sistemas eléctrico,  de frio e de canalização de água de 4 serviços sensíveis, com destaque para maternidade e pediatria, morgue e laboratório incluindo os sanitários, também, não escaparam dos malfeitores.

“indivíduos de má fé  infiltram-se no hospital disfarçados, como pacientes,  e perpetuam essas atitudes.  Perdemos cerca de quatro ar-condicionados até então.Um dos ar-condicionados é da morgue, e também do armazém do laboratório provincial, que está dentro do hospital.Quatro casas de banho,  duas do serviço de urgências, uma casa de banho da ortopedia, uma casa de banho do berçário, e também temos casas de banho da pediatria. Houve um roubo mesmo daquilo que são as torneiras,  e não temos água, corrente” lamentou 

De acordo com a Administradora do hospital de Xai-Xai, o  crime que dura há seis meses foi  planeado ao detalhe e “tudo acontecia  a luz nas ” barbas”da polícia há seis meses, sendo que o posto policial funciona no interior do hospital há anos”.

A Equipa segurança do hospital entrou em cena e diz ter neutralizado em flagrante um agente da polícia da república de Moçambique e um funcionário da Administração nacional de estradas quando tentava carregar cabos elétricos na parte superior do edifício hospitalar.

“Estávamos a fazer uma ronda de como é que é possível tudo isso aqui ser roubado. Então nós conseguimos detectar como é que foi o assunto. Um é polícia, daqui do bairro 13.Um é trabalhador da ANE,  esse que tirou fios lá em cima.É o que eu sei, mas os dois já estão nas mãos da polícia”, disse o chefe da segurança privada do hospital provincial de Xai-Xai.

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique ( PRM) em Gaza, Júlio Nhamussua, entretanto, refuta todos os pronunciamentos da segurança privada.

“Não foram encontrados com os bens,  mas sim estavam próximos ao local  onde terá sido vandalizado a outra hora. Então acabaram sendo tidos como autores de vários crimes ou furtos que ocorreram naquele hospital.O que é necessário é a questão da responsabilização das pessoas que se encontram a trabalhar e deixam com que esses objetos sejam vandalizados”, considerou.

Júlio Nhamussua explica ainda que o caso segue  em investigação e que novos dados poderão ser avançados nos próximos dias.

“Porque há um trabalho de base que precisa ser feito,  não corrermos para a identificação parcial das pessoas, porque trata-se de identidade das pessoas e trata-se de instituições E quando nós corremos para afirmar que é um funcionário de instituição X, acabamos pondo em causa as próprias instituições por comportamentos”, concluiu.

Autoridades da maior unidade hospitalar de Gaza , exigem justiça e alerta que situação pode afetar vários serviços neste período de alta procura.

A Autoridade Marítima apreendeu um camião que transportou 220 sacos de peixe miúdo seco, capturado de forma ilegal, no posto administrativo de Bajone, distrito de Mocubela, província da Zambézia. O pescado tinha como destino a província de Nampula. 

O país encontra-se actualmente em período de veda, uma medida que visa a preservação dos recursos pesqueiros, mas que continua a ser desrespeitada por alguns pescadores. O caso agora registado envolveu um carregamento significativo de peixe miúdo seco, transportado numa viatura que acabou por ficar atolada devido ao transbordo do rio Midir.

A situação facilitou a intervenção das autoridades marítimas, que procederam à apreensão do camião e do respectivo produto. O proprietário do pescado, visivelmente arrependido, alega que o pescado estava a ser transportado sem fins comerciais.

Segundo o Instituto Nacional do Mar (INAMAR), esta é a segunda viatura apreendida na província da Zambézia em menos de uma semana, elevando para cerca de 247 o número total de sacos de peixe apreendidos no mesmo período.

Há focos de lixo e muita imundície em várias artérias da cidade de Maputo. Munícipes acusam a edilidade de não recolher os resíduos há mais de duas semanas. O Conselho Municipal diz que não recolhe lixo devido à avaria de duas máquinas retroescavadoras usadas para abrir acessos para os camiões entrarem na lixeira de Hulene.

A Cidade de Maputo depara-se com dificuldades na gestão dos resíduos sólidos, o que resulta em acúmulo de lixo. 

Não precisa andar muito para perceber que a cidade, sobretudo nas zonas suburbanas, está tomada por lixo. São montes e montes de resíduos que, em alguns casos, chegam a ocupar os passeios e até faixas de rodagem

E os focos são incontáveis: na avenida Vladimir Lenine, entre as praças da OMM e dos combatentes, o lixo não passa despercebido. O mesmo acontece nos bairros de Maxaquene, Hulene, Ferroviário, Inhagoia, Aeroporto, Zimpeto e tantos outros, o que tira sono aos munícipes. Ouvimos a Constância Macamo, moradora do bairro Maxaquene. Queixa-se do cheiro nauseabundo que inala, diariamente.

“Esse lixo nos incomoda, nos incomoda muito, passamos muito mal, não passamos bem. Provoca tudo, mosquitos, moscas, mau cheiro, todas as casas, a gente nem cozinha, quando cozinha devemos meter, nem comemos fora, nós temos varandas, mas não ficamos nas nossas varandas por causa desse lixo aqui”, desabafou a munícipe. O lixo anda aos montes. Em alguns casos condiciona o trânsito. 

“Passamos Natal muito mal, isto aqui não dá para nada, lixo assim, não é como nós vermos aqui, sabe, quatro festivos acabaram assim com essa lixeira aqui, não dá. Mais de duas semanas atrás, não recolhiam o lixo, então as pessoas continuam a despejar, mesmo fora dos contentores”, falou Felix Manhiça.

De um lado a Edilidade não recolhe o lixo há mais de duas semanas, de outro, munícipes depositam os resíduos de forma desregrada. Manhiça explica que quando chamam a atenção aos vizinhos que deitam lixo na faixa de rodagem são mal vistos. 

“Alguém pode chegar com um carrinho aqui, despejar lixo na estrada de qualquer maneira. Nós tentamos chamar atenção, pedindo para que deixem doutro lado, respondem: onde é que entramos. Nós pagamos o município, por isso este trabalho é deles”.

O passeio central da avenida Julius Nyerere, depois da ponte de Xiquelene, encontra-se ocupado de lixo. Da circular de Maputo…até à entrada do Estádio Nacional do Zimpeto… nenhuma área escapou. Para além do aspecto, o ambiente é pesado. 

Edilidade sem acesso a Lixeira de Hulene 

A edilidade, que procura minimizar a situação, com abertura de ruas críticas, diz que o lixo não é recolhido por falta de acesso à Lixeira de Hulene, como explicou Sérgio Manhique, Director Municipal de Ambiente e Salubridade.

“Tivemos problemas com equipamento na lixeira do Hulene, as duas bulldozers que abrem os acessos estão avariadas, estão na reparação neste momento. E como deve imaginar, a recolha do lixo é um sistema, temos a parte de recolha, temos a parte do transporte, temos a parte de deposição final. Uma das partes é essa que é o nosso grande constrangimento, que é a deposição, aliado às chuvas, então está completamente difícil termos o acesso de forma regular dentro da lixeira. E isso acaba condicionando a outra parte do sistema, que é a recolha”, disse.

Sérgio Manhique nega que a retirada dos camiões do Município de Chimoio esteja por detrás da situação.

“Foi muito bom termos a ajuda do Chimoio, a qual agradecemos, mas os caminhões foram  substituídos. O que está a acontecer neste momento é o tempo de descarga dentro da lixeira. Se levarmos muito tempo para descarregar, os contentores enchem e consequentemente há esta situação que temos no terreno, por causa do tempo de descarga. Os caminhões estão lá perfilados, podem ir verificar, estão perfilados, levam muito tempo para depositar o lixo.  Há casos em que não conseguimos, com que os caminhões depositem todos no mesmo dia. Naturalmente que isto vai se refletir no terreno, no processo de recolha. E este momento é um momento crítico que nós temos. Há muita produção de lixo”, concluiu.

“Embora com recursos deficientes para a recolha e gestão de resíduos sólidos, a Edilidade de Maputo promete limpar toda a cidade em duas semanas”.

Uma jovem de 19 anos de idade foi violada e assassinada por malfeitores em Chongoene, província de Gaza. Já em Xai-Xai, um agente da polícia de trânsito perdeu a vida após ter sido atropelado, além de um idosa violada sexualmente,

O assassinato da jovem choucou os residentes de Cavelene, no distrito de Chongoene, onde uma jovem de 19 anos de idade foi surpreendida durante a madrugada de quinta-feira por malfeitores, que a violaram sexualmente ante de lhe tirarem a vida.

“As causas desta morte é a asfixia por estrangulamento e há possibilidade dela ter sofrido uma violação sexual conjunta nas bermas da Estrada Nacional Número Um, próximo a um local onde decorriam as festividades do Natal. Chegado lá, uma equipa multissectorial foi destacada ao local”, explicou o porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Gaza. 

Por volta das 4 horas de sexta-feira, um automobilista atropelou mortalmente um agente da polícia de trânsito e colocou-se em fuga na via da praia de Xai-Xai.

“A vítima, neste caso, tinha 24 anos de idade e fazia-se transportar em uma motorizada.  O condutor do veículo foi o causador deste acidente. Depois de se ter apercebido que embateu com uma motorizada não se predispôs a socorrer a vítima. Ele viria a perder a vida após ter dado entrada no Hospital Provincial de Xai-Xai”, explicou.

Ainda em Gaza, pelo menos sete de um total de 14 doentes continuam a lutar pela vida na maior unidade sanitária deste ponto do país na sequência de três acidentes de viação, além de uma idosa que foi violada sexualmente no bairro Patrice Lumumba. 

 “Tivemos um caso de uma idosa de 60 anos de idade que foi vítima de violência sexual. Tivemos ainda registo de 14 pacientes vítimas de acidente de viação e 11 pacientes vítimas de agressão física”, revelou, director Clínico, Jeremias Laquene.

Pelo menos 65 pessoas deram entrada, no Hospital Central de Maputo, durante as comemorações do Natal, vítimas de traumas por acidentes de viação e outras 49 por agressão. Durante esse período houve também  algumas detenções em resultado de roubos na capital do país. 

Os traumas resultantes de acidentes de viação e agressões físicas continuam a liderar a procura por cuidados de saúde, na maior unidade sanitária do país, durante as festividades do Natal e do Dia da Família.

“Em relação às principais ocorrências, o número de casos mais elevado foi de traumas. Tivemos um número muito elevado de trauma, principalmente de acidentes de viação e agressão física. Em relação aos acidentes de viação, não tivemos casos colectivos, como em outros anos, mas tivemos muitos casos de acidentes isolados, que culminaram com um aumento de 35 pacientes”, disse o  director do Serviços de Urgências do Hospital Central de Maputo, Dino Lopes, recordando que no ano passado houve registo de 30 casos e neste ano tivemos 65 casos de vítimas de acidentes de viação, o que representa um aumento de 35 casos de acidentes.

Em relação à agressão física, o HCM registou 31 casos no ano passado contra 49 deste ano. Explicou ainda que sete pacientes deram entrada devido a intoxicação alcoólica.

“Em relação ao consumo de álcool, tivemos muitos casos de intoxicação alcoólica. De certo modo, todos foram atendidos prontamente. Tivemos também uma boa coordenação com os hospitais gerais e centros de saúde. De uma forma coordenada, nós fomos comunicando para os casos que ultrapassam a sua linha de atenção que foram transferidos para cá e, no total, tivemos 21 casos de transferência, dos quais 10 foram internados. A nossa capacidade de internamento é de 1.500 camas. No entanto, estamos com 60 e 59 camas disponíveis, porém temos alguma sobrecarga em alguns serviços, principalmente o serviço de medicina e cirurgia. Apesar de termos vagas, há serviços que estão extremamente sobrecarregados”.

Embora considere que este ano o Natal foi tranquilo, a Polícia da República de Moçambique na cidade de Maputo destaca a ocorrência de alguns casos criminais, entre furtos,  roubos e ofensas corporais, alguns dos quais resultaram em detenções. 

“Tivemos três casos de roubo, onde temos dois detidos de 18 e 22 anos de idade, respectivamente, na 14ª Esquadra, indiciados no tipo legal de roubo, em virtude destes terem se introduzido no interior de uma residência por via de arrombamento. Tivemos, como caso criminal, detenção de dois cidadãos de 29 e 30 anos de idade, respectivamente, na 14ª Esquadra da PRM, cidade de Maputo, bairro Ferroviário, por resistência ilegal e coação sobre servidor público, em virtude destes terem  recorrido a violência, incluindo ameaças contra agentes da PRM em serviço”, explicou Marta Pereira, porta-voz da PRM, na cidade de Maputo. 

Entre as ocorrências, o porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública, Leonildo Pelembe, destaca um incêndio de pequenas proporções, numa fábrica de óleo, na cidade de Maputo, que não causou danos humanos  nem materiais avultados e a ocorrência de acidentes de viação. 

“Quero destacar o acidente que houve na província de Inhambane, que foi do tipo despiste e capotamento, onde o motorista desta viatura de transporte semi-colectivo de passageiros, colocou-se em fuga. Deste acidente resultaram dois óbitos e 12 feridos, dos quais oito em estado grave. O Serviço de Salvação Pública foi chamado a intervir, isso foi em Zavala, para fazer o desencarceramento desta viatura e remover os feridos e transportá-los logo para o Hospital Distrital de Quissico”, disse.

 No geral, o Serviço de Salvação Pública fez uma apreciação positiva, justificando pelo facto de não havido registo de nenhum caso de afogamentos, o que segundo Pelembe mostra claramente que existe algum respeito pelas medidas de segurança. 

Para as festividades do fim de ano que se avizinham, o porta-voz do SENSAP apela ao manuseio correcto de objectos pirotécnicos durante o período recomendado. 

A Primeira-ministra, Benvinda Levi, desafia o novo PCA do Instituto Nacional do Mar (INAMAR), Adolfo José Albino,  e a sua equipa de trabalho a serem proactivos na adopção e implementação de políticas e acções que dinamizem, cada vez mais, as actividades que ocorrem no espaço marítimo, lacustre, fluvial e costeiro, tendo em conta o seu impacto no processo de crescimento sócio-económico do país.

Falando durante a tomada de posse de novos dirigentes, Levi disse ainda que o novo PCA do INAMAR deve garantir a estrita observância da legislação vigente no que concerne ao ordenamento territorial, fiscalização, protecção e conservação do meio ambiente.

Segundo ela, só desta forma é que se pode assegurar a conservação e preservação dos ecossistemas aquáticos, ao mesmo tempo que se garante uma exploração sustentável dos recursos que permitam a geração de mais postos de trabalho e renda para os moçambicanos, sobretudo jovens e mulheres.

Na mesma cerimónia, Benvinda Levi empossou Júlio Bastos Picardo como novo director-geral  do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Gestão de Infra-estruturas Pesqueiras (INFRAPESCA), que deverão centrar a sua atenção no desenvolvimento de infra-estruturas de apoio à pesca e aquacultura, que incluam a criação de condições apropriadas de manuseamento e de conservação dos produtos pesqueiros, desde a sua captura até a colocação no mercado interno e externo.

“A nova direcção do INFRAPESCA deverá continuar a aprimorar e a consolidar os mecanismos de coordenação e articulação com o sector privado, no âmbito da parceria público-privada, para garantir o aumento da produção de pescado a nível nacional, o que irá concorrer para a criação de mais postos de emprego e renda, bem como contribuir para a segurança alimentar e nutricional dos moçambicanos”, desafiou Benvinda Levi. 

A governante espera ainda que o novo timoneiro desta instituição implemente acções que concorram para maior rentabilidade das infra-estruturas de manuseamento do pescado e demais operações portuárias das frotas de pesca artesanal, semi-industrial e industrial.

Dirigindo-se ao novo director-adjunto do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), a Primeira-ministra instou o mesmo a focar a sua atenção na implementação de acções que concorram para o aperfeiçoamento dos elos entre os centros de produção e os mercados.

É que segundo Benvinda Levi, a  comercialização agrícola constitui um dos pilares essenciais para a dinamização da agricultura, estabilização de preços dos produtos agrícolas no mercado interno e promoção das exportações. 

A governante entende também que, a par disso, a comercialização agrícola estimula os agricultores, em particular do sector familiar, a aumentarem a produção e produtividade, com particular incidência para os cereais, contribuindo, deste modo, na melhoria da sua renda.

“Para o efeito, é necessário que, alinhado com o seu director, concorra para a consolidação do papel do ICM como agente de comercialização agrícola de último recurso que assegura a compra, agenciamento, intermediação, armazenamento, conservação o escoamento de excedentes agrícolas”, disse, sublinhando que “no âmbito da estabilização de preços e da segurança alimentar, o ICM deve igualmente reforçar as suas intervenções no que concerne a constituição de reservas estratégicas de cereais, leguminosas e oleaginosas, de entre outros produtos”.

Em relação à nova directora-geral adjunta do Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), Benvinda Levi anotou que a empossada deverá coadjuvar o director-geral, no desenvolvimento de acções que estimulem o envolvimento e a participação activa das MPME ́s em todos sectores da actividade económica do nosso país.

Para o efeito, segundo disse, deverá dar o seu máximo contributo na expansão de incubadoras de empresas e na consolidação das ligações entre as MPME’s e as cadeias de valor dos mega-projectos. A primeira-ministra recomendou ainda a todos os empossados que pautem por uma gestão criteriosa e orientada para resultados, o que requer trabalho em equipa e comunicação permanente, a nível de direcção, e desta com os demais colaboradores.

As autoridades migratórias apelam ao uso de fronteiras alternativas a Ressano-Garcia, na província de Maputo, por conta das enchentes que se verificam na Fronteira do Lebombo, do lado Sul-Africano.

O apelo surge na sequência das longas filas de espera dos viajantes que continuam a verificar-se no lado sul-africano.

A porta-voz do Comando Conjunto, Cármen Mazenga, citada pela Rádio Moçambique, explica que me alternativa da fronteira de Ressano Garcia, os viajantes podem optar pelas fronteiras de Goba, Namaacha e Ponta de Ouro.

Na Cidade de Maputo, várias famílias celebraram o Natal em convívio, em casa, e vários cidadãos passaram o dia a trabalhar. “O País” traz histórias de profissionais que há anos dedicam esforços em benefício do próximo, mesmo no Dia da Família. 

Receber quem chega ao mundo pela primeira vez foi o que Maria Mabasso escolheu e jurou fazê-lo para toda a vida. Assim o faz há oito anos e, neste 25 de Dezembro, não foi diferente. “Sou enfermeira já há oito anos. Meu trabalho consiste em trazer novas vidas ao mundo. Foi o que nós juramos desde a formação, graduação, até agora”, afirma.

É Natal, mas a profissão a obriga que passe o dia no local de trabalho. Longe da confraternização, Maria Mabasso passa repetidamente pelos corredores do Hospital Geral José Macamo, circula pela sala de parto e noutros sectores da maternidade. A sua missão é salvar vidas e essa tem sido a sua prioridade nos últimos oito anos.  

“É mais agradável trazer uma criança ao mundo, pois uma mulher fica nove meses à espera de um bebé. Aquele bebé não é só esperado pela mãe, é esperado pela mãe, pelo pai, pelos avós, pelos vizinhos. Nós como enfermeiras, quando recebemos o bebé, entregamos à mãe, é uma satisfação que não tem como mensurar”. 

A enfermeira não passou o Natal ao lado da sua família de sangue, mas ao lado daqui a sua profissão a deu, que cresce a cada dia que um novo paciente cruza o seu caminho. 

“De momento que tu pões a bata branca, tu já sabes que o familiar não é só o grau parentesco, não é só o grau sanguíneo. É aquele que tu lhe acolhes, já é teu familiar.” Cuidar da saúde do próximo e salvar vidas foi o que também escolheu Elísio Chauque, médico há 17 anos. Mesmo passando o dia longe da família, o Natal carrega, para si, um significado forte. 

“Para mim, estar aqui significa vitória. É exercer aquilo que eu gosto de fazer, aquilo que eu aprendi, aquilo que eu sei fazer com gosto. Primeiro é salvar as vidas, depois daqui é a família. Se nós não nos fazermos presentes aqui, muita gente pode perecer, e nós vamos carregar o sentimento de culpa.”

Fazer bem ao próximo é o que o move. Por isso, faz questão de trabalhar na quadra festiva no Natal e no fim do ano, período em que a procura por cuidados de saúde aumenta. Olhar atento, enquanto vigia todos os lados, para garantir que o local está seguro. Mulher, mãe e esposa, Helena esforça-se, muitas vezes durante a noite, em benefício da segurança do local onde trabalha.  

“Eu gosto muito do meu trabalho, eu estou na segurança há mais de seis anos. Esse não é o primeiro ano a trabalhar nos dias de festa, de família. É só agradecer a Deus e não parar de trabalhar. Trabalhar dignifica o homem, o trabalho dignifica o homem. Para a família estar em pé, graças ao trabalho”. Ser agente de segurança é um trabalho não tão fácil, mas Helena o faz por amor à família, mesmo que tenha que abrir mão da confraternização do dia 25 de Dezembro. 

Nas ruas ou nos mercados estiveram os vendedores de produtos alimentares, que dependem de receitas diárias para sobreviver. E porque a ocasião era também para fortalecer os laços de amor pelo próximo, Gina Josefa passou o dia na sua banca, no mercado Malanga, à busca de sustento para a sua família. 

Regressar à casa, só depois de garantir uma refeição digna, para o Dia da Família, essa foi a meta estabelecida pela mulher.  “Eu gostaria que eu estivesse em casa, mas não consegui, porque as pessoas, como ainda não receberam, não estão adquirindo as compras como deve ser. Estamos aqui a busca do pão. É um dia muito especial, mas ainda não consegui nada. Vou estar em casa com a minha família. Ao sair daqui, é que vou estar em casa com a minha família.”

São vários os profissionais que passaram o Natal e Dia da Família longe dos seus familiares e amigos. Deles fazem parte jornalistas, policiais, bombeiros, transportadores e outros. 

Algumas pessoas partiram, esta quarta-feira, do Terminal Rodoviário da Junta, na cidade de Maputo, com destino a diferentes pontos do país. As dificuldades registadas na fronteira do lado sul-africano são apontadas por muitos viajantes como a principal razão para as deslocações de última hora.

Até às 9 horas do dia de Natal, o Terminal Rodoviário da Junta apresentava algum movimento de saída de pessoas e bens, muitos dos quais provenientes da África do Sul, com destino às províncias de Inhambane e Gaza.

Questionados sobre as razões das viagens em pleno dia festivo, os passageiros mostraram-se unânimes nas respostas. Arcanjo Simão, um dos viajantes ouvidos por O País, disse estar a seguir viagem para a província de Inhambane, onde a família o aguardava.

“Sair em pleno Natal deveu-se a vários compromissos que tive de cumprir antes de deixar a cidade de Maputo, pois vou permanecer algum tempo fora”, explicou.

Muitos dos viajantes utilizam o Terminal da Junta como entreposto e denunciam dificuldades no processo de travessia da fronteira do lado sul-africano. Juvêncio de Jesus, de malas prontas para a cidade de Inhambane, lamenta não ter conseguido passar a quadra festiva junto da família.

“Neste momento, eu gostaria de estar com a minha família a festejar, mas por causa das dificuldades nos transportes acabámos por viajar com muito sacrifício. Sair da África do Sul é quase uma missão impossível. Só depois de chegar a Maputo é que a viagem fluiu”, contou. Situação semelhante foi relatada por Amosse Ngovene, de 52 anos de idade, que desde o dia 23 tenta chegar à cidade de Chókwè vindo da África do Sul.

“Eu já devia ter chegado a casa para estar com a minha família, mas não consegui devido às longas filas. Há muita dificuldade para atravessar a fronteira do lado sul-africano, ao contrário do que acontece do lado moçambicano, onde o processo é mais célere”, afirmou.

Apesar do ambiente típico da quadra festiva, os transportadores dizem que gostariam de ter registado um movimento mais intenso de passageiros. As autoridades do terminal acompanham de perto o fluxo de viajantes e reforçam a sensibilização dos condutores para a observância das normas de segurança ao longo do percurso. Segundo Gil Zunguze, representante dos transportadores, a prioridade é garantir viagens seguras. “Estamos aqui para acautelar estas situações, sensibilizando motoristas e passageiros. É importante que os condutores apliquem, na estrada, os princípios aprendidos na escola de condução, assumindo a responsabilidade de transportar as pessoas em segurança até ao destino”, sublinhou. Entretanto, o movimento ao longo das principais estradas do país continua a decorrer de forma calma.

Maputo registou fraco movimento no comércio e transporte de passageiros 

O comércio e os transportes funcionaram a meio gás durante a celebração do Natal, na cidade de Maputo. As lojas formais estavam fechadas. Apesar do fraco movimento, alguns vendedores informais fizeram-se aos seus postos de trabalho para tentar ganhar mais algum dinheiro.

Daniel Abel, de 26 anos, vendedor informal desde 2017, afirma que até poderia ter escolhido ficar em casa e festejar com a família, mas as condições não lhe permitem.“Eu tenho de estar aqui na rua a ver se consigo mais dinheiro para pão para os meus filhos.”

O comércio não fluía com normalidade, mas há quem tenha conseguido superar as metas. É o caso de Santos Saúte, vendedor informal há mais de 10 anos, que recebeu um número considerável de clientes. 

Em relação à disponibilidade do transporte de passageiros, a procura não respondia à oferta.” Não há nada. O negócio não anda. Entrei às 6h, mas ainda não consegui fechar a receita. Não há passageiros”, destacou Rui Cumbi, transportador semi-colectivo que opera na rota Baixa-Xipamanine, na cidade de Maputo.

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