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Sobreviventes do ataque em Palma aguardam resgate na fronteira com Tanzânia

Centenas de sobreviventes do ataque terrorista à vila de Palma, norte da província de Cabo Delgado,  que haviam fugido para a República da Tanzânia, foram devolvidos a Moçambique e aguardam resgate no posto fronteiriço de Negomano, distrito de Mueda.

O facto foi confirmado pelos primeiros  deslocados que conseguiram chegar à cidade de Pemba, por via terrestre.

“Muita gente que saiu de Palma está em Negomano, e não tem como sair por falta de dinheiro para transporte, que custa mil meticais por pessoa, de Negomano para Mueda,” revelou Afate Alfane, um dos primeiros sobreviventes que chegou a Pemba por meios próprios.

Segundo contou ao “O PAÍS”, “Saímos de Palma de mota até Quionga, e daí seguimos a pé até Namoto, e atravessamos o rio Rovuma para Tanzânia, onde logo que chegamos fomos recebidos por militares, que nos levaram para cidade de Mtwara, e dia seguinte transportaram nos para Negomano.”

De Negomano para Mueda, Afate Alfane, que deixou em Palma o seu filho mais velho, teve de mexer no seu bolso para chegar a vila de Mueda, assim como fez uma outra família que conseguiu chegar a Pemba, graças a boa vontade de algumas pessoas que não cobraram pela sua viagem de mais de 500  Quilômetros até a cidade de Pemba.

“Quando chegamos em Tanzânia, os militares só receberam os deslocados naturais, e todos moçambicanos foram levados para Negomano, onde consegui uma boleia até Mueda, e de lá outra boleia para Montepuez, onde paguei cerca de 1500 meticais para a minha família de 5 pessoas chegar a Pemba,” Contou Andauila Issa, pouco depois de ser recebido no centro de acolhimento transitório de Pemba, onde espera localizar seus familiares.

Os primeiros sobreviventes do ataque de Palma que chegaram a Pemba foram recebidos no centro de acolhimento Transitório, que está a ser gerido pelo governo do distrito, e o “O PAÍS” procurou obter detalhes  sobre as novas entradas de deslocados, mas não obteve resposta.

Além da fronteira com Tanzania, há informações que outras centenas de pessoas aguardam pelo resgate em Afungi, nas redondezas do acampamento da Total, a multinacional francesa que deverá explorar gás na bacia do Rovuma.

No entanto, por razões desconhecidas publicamente, o resgate de deslocados por via aérea e maritima foram suspensos, e o Governo ainda não providenciou meios para transportar os sobreviventes por via terrestre, para zonas considerada seguras.

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