Os apelos do Governo e das entidades de saúde parecem incapazes de travar os aglomerados populacionais na cidade de Nampula. No mercado grossista Waresta a COVID-19 deixou de ser preocupação e quase todos que se fazem ao local abandonaram o uso da máscara, em pleno estado crítico de propagação do vírus.
Desolador cenário que se vive no maior mercado grossista da cidade de Nampula. Waresta – um local que junta comércio formal e informal, imundice e aglomerado populacional que cria ambiente fértil para a propagação do coronavírus.
Na manhã e tarde deste domingo, 14.02, houve um movimento fora do comum, onde o número de pessoas que usavam a máscara de protecção facial contava-se aos dedos do palmo. A luta contra a propagação do novo coronavírus foi abandonada por quase todos: vendedores e utentes do mercado. Pior porque as autoridades da Polícia Municipal, assim como da Polícia da República estão ausentes, dando espaço para uma vida de salve-se quem quiser.
“Eu também não usei, mas tenho máscara, está aqui no meu bolso. Andamos prevenidos, só que acabei tirando porque estou constipado”, justificou-se Gildo Jeremias, vendedor naquele mercado.
Apesar de terem informação sobre a necessidade de protecção contra a pandemia da COVID-19, alguns entrevistados revelam verdadeiro desleixo ou no mínimo uma atitude teatral. Samito Salgimão é um desses. Decidiu comprar a máscara quando interpelado pela nossa equipa de reportagem. “É hábito ficar sem a máscara”, justificou-se.
E os poucos que usam a máscara, como Macário Bento , lançam não deixam de criticar: “o uso da máscara é individual. Quem sabe o que se fala de coronavírus é que usa. Os que não têm medo desta doença andam sem máscara”.
Os números mostram que Nampula não é dos piores sítios em termos de propagação da doença viral, mas as condições mostram-se mais que suficientes para uma calamidade.