Na manhã desta quinta-feira, foi a vez de Simione Mahumane, de 49 anos de idade, acusado de ter recebido 872.500 mil meticais da Privinvest, contar a sua versão ao Tribunal instalado no Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança da Machava, vulgo B.O.
Levantamento de cheques, pagamento de água e energia e emissão de recibos são algumas das tarefas que desempenha como estafeta na Africâmbios, desde 2001. E, segundo contou ao Tribunal, foi nessa qualidade que levantou, no Banco Único, o cheque de 872.500 mil meticais, a mando da gerência.
“Recebi o cheque da gerência e fui levantar. Fui na companhia do motorista. Mas, não sei para que efeito era o valor. Quando voltei do Banco Único, entreguei o valor ao gerente”, disse Mahumane, após ter sido confrontado pelo Ministério Público, com o cheque emitido pela M-Moçambique Construções.
O réu Simione Mahumane disse que não conhece a empresa M-Moçambique Construções, nem o co-réu Fabião Mabunda, mas via-o quase sempre na casa de câmbios, onde trabalha como estafeta. “Quando ele chegava lá, sempre ia ter com os gerentes”, referiu.
Ao seu advogado, Simione Mahumane disse que, quando levantou o cheque emitido pela M-Moçambique Construções, não sabia qual era a proveniência do valor.
À representante do Ministério Público, o réu Simione Mahumane disse que conheceu os co-réus Khessaujee Pulchand e Naimo Quimbine na Africâmbios, onde trabalhavam juntos apenas como colegas, nunca tendo sido, porém, amigos.
Simione Mahumane confirma que, quando um cliente da Africâmbios quer levantar um valor acima de cinco mil dólares, é atendido pela gerência e não pelo caixa – a mesma versão contada ao Tribunal pelo seu colega Khessaujee Pulchand, ouvido na última terça-feira.
A Ordem dos Advogados de Moçambique, na qualidade de assistente, prescindiu de interrogar o réu Simione Mahumane.
Já Alice Mabota, advogada de Khessaujee Pulchand, foi a única por parte da Defesa, que viu conexão entre o seu constituinte e o réu ouvido hoje. Por isso, só ela fez questões, tendo os outros advogados presentes no Tribunal dispensado o interrogatório.
Mahumane disse a Mabota que era costume ir descontar cheques a mando da Africâmbios e entregar o dinheiro na empresa. Mas, não pôde confirmar se Pulchand tinha contas bancárias abertas pela Africâmbios, não estando, todavia, sob sua gestão.
Após insistência de Efigénio Baptista, Mahumane disse que, numa conversa, Khessaujee Pulchand teria comentado que a empresa lhe teria dito para abrir uma conta. Ainda assim, não pôde confirmar as declarações do co-réu.
O 13º réu ouvido pelo Tribunal disse não ter conhecimento se a Africâmbios teria mostrado interesse em constituir um advogado ao seu antigo colega e co-réu Khessaujee Pulchand.