Uma cidade quase fantasma… uma cidade quase abandonada! O movimento intenso de pessoas que caracteriza a capital do país era quase inexistente e as avenidas, sem o habitual barulho das viaturas, estavam quase que irreconhecíveis.
A capital do país está calma… tranquila… quase adormecida… enfim… “santa”. Assim nascia a sexta-feira santa na cidade de Maputo.
Ainda assim, não faltou nas artérias da cidade das acácias um movimento de pessoas e de viaturas. Mas tal como o próprio dia (santo) este era tímido. Por isso, não havia congestionamento de carros e muito menos de pessoas.
Contudo, este fraco movimento lesava os transportadores semi-colectivos. E na busca pelo pão, os cobradores, pendurados nas suas viaturas, procuravam desesperadamente pelos passageiros. O exercício não era fácil exigia dos cobradores, todas as suas técnicas de marketing para convencer as pessoas a subirem nas suas viaturas.
Alguns passageiros davam as caras. Movidos pela compaixão e misericórdia que caracterizam a semana santa, correspondiam ao chamamento dos transportadores, mas estes queriam mais passageiros. Até porque estes poucos não chegam para fechar a receita do patronato.
Quem também se ressentiu da falta de clientes, são os vendedores informais que inundavam os passeios da capital. Vendiam um pouco de tudo. Até roupas para quem quisesse recordar a crucificação de Jesus Cristo com vestes novas.
Na Praça dos Combatentes o movimento era um pouco mais intenso. E os vendedores, expostos ao risco de lhes ser retirado os seus produtos pela Polícia Municipal, inundavam os passeios de Xikelene, mas os clientes não colaboraram.
As lojas, estas, estiveram encerradas, excepto aquelas cujos proprietários não professam a religião cristã, mas também reclamavam a falta de clientes.
Em dia de tolerância de ponto, alguns passaram o dia nos seus postos de trabalho. Tal é o caso dos seguranças, Até porque os malfeitores não dão tréguas nem numa sexta-feira santa.