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SERNIC resgata vítima de rapto e neutraliza três supostos raptores em Maputo

Duas pessoas estão hospitalizadas e há uma detida após troca de tiros com a Polícia. As três pessoas são implicadas no rapto ocorrido na última quinta-feira, na Cidade de Maputo. O tiroteio aconteceu no suposto cativeiro, uma casa arrendada em Malhampsene, e a vítima foi resgatada com vida e goza de boa saúde.

Os factos desencadearam-se no bairro de Malhampsene, no município da Matola. Ninguém imaginava que naquele bairro estaria um homem privado de liberdade, que enfrentou cinco dias nas mãos de supostos raptores, até que a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) o libertaram.

Um dos neutralizados pela polícia é um homem de 42 anos de idade, formado em Engenharia Rural pela Universidade Eduardo Mondlane. Vivia em Chicumbane, na província de Gaza. Segundo conta, o indivíduo terá recebido uma chamada de um amigo seu a partir da África do Sul, a propor-lhe trabalho. Mesmo sem especificar o tipo de trabalho, ele viajou de Gaza até Maputo e ficou a saber que, pelo seu envolvimento no rapto, receberia, no fim, 100 mil rands, o equivalente a cerca de 350 mil Meticais.

“Quando cheguei, uma senhora levou-me para aqui, depois trouxeram uma pessoa, um indiano, e disseram que eu só devia ficar com essa pessoa. Eles queriam negociar com ele, queriam tirar um dinheiro, só que não sei quanto é. Nós não estávamos armados, mas havia uma arma aqui dentro, que eles tinham deixado e disseram para não usarmos.”

Depois de raptado o empresário, o  líder do grupo, que é um cidadão moçambicano com residência na África do sul, terá regressado à proveniência, de onde dava instruções aos seus operativos. Por dia, efectuavam-se três chamadas a partir da África do Sul e já se iniciava o processo de cobrança de resgate.

“Não sei quem mandou raptar. Só sei que me disse que é Tony e que está na África do Sul. Não sei como me meti nisto, não sei se podia ser ganância ou dinheiro fácil, não sei. Aqui só acordávamos e sentávamos com a pessoa, cozinhávamos e dávamos comida e não fazíamos mais nada, não maltratámos a pessoa.”

Dias antes de efectuar o rapto, o grupo terá estado no bairro de Malhampsene, na Matola, Província de Maputo onde arrendou uma casa. Pelo arrendamento da casa, foram pagos 45 mil Meticais. O rapto ocorreu no dia 20 de Julho corrente, na noite de quinta-feira. Quatro dias antes, celebrou-se o contrato com Meriana Américo, que recebeu de um dos homens o valor. “Eu não sabia quem são estes homens. Estou assustada com o sucedido.”

No estendal da casa, há ainda roupa da mulher que zelava pela residência, que neste momento se encontra hospitalizada em resultado do baleamento que sofreu. Os vizinhos dizem que não sabiam quase nada sobre os novos inquilinos da casa. Tonecas José, um dos vizinhos, disse que quase não via movimento dos vizinhos.

O quarteirão 2 do bairro Malhampsene, onde está fixada a casa que terá sido usada como cativeiro, é pouco agitado. A residência fica perto do quartel das Forças Armadas. O Serviço Nacional de Investigação Criminal chegou até ao local através de denúncias.

“A equipa de operativos do SERNIC, depois do trabalho de perícia, confirmou que se tratava de cativeiro, daí que começou a acção. Detivemos aqui três indivíduos. Fizeram resistência, mas logramos sucesso. A vítima foi resgatada com vida, está aparentemente bem de saúde e, neste momento, encontra-se no convívio familiar”, explicou Henrique Mendes, porta-voz do SERNIC na Província de Maputo.

A casa do tipo dois era também usada como centro de operações, onde se coordenava o resgate.

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