O julgamento do antigo Presidente da República da França, Nicolas Sarkozy, que é acusado de corrupção e de tráfico de influências, terminou ontem e a decisão será conhecida, em princípio, em 01 de Março de 2021.
O antigo chefe do Estado francês disse, pouco antes do encerramento da sessão, que está pronto para aceitar a decisão que o tribunal tomar.
“Este processo foi para mim um caminho de cruz, mas se este foi o preço a pagar para que a verdade progredisse, estou pronto a aceitá-lo”, afirmou Nicolas Sarkozy, acrescentando que tem “confiança na Justiça” do país.
O julgamento que terminou esta quinta-feira é considerado inédito e também tem como arguidos o advogado do ex-Presidente, Thierry Herzong, e o antigo magistrado Gilbert Azibert.
“Disse a verdade durante estas três semanas [de julgamento], como disse sob custódia policial e durante toda a investigação”, prosseguiu o antigo Presidente francês, de acordo com o Notícias ao Minuto.
O Ministério Público Financeiro pede quatro anos de prisão, dois dos quais suspensos contra o ex-chefe de Estado, processado por corrupção e tráfico de influências.
A mesma sentença foi solicitada para Gilbert Azibert e Thierry Herzog, com o acréscimo de cinco anos de proibição profissional para este último.
Depois de um falso começo em 23 de Novembro, o julgamento começou realmente em 30 de Novembro.
O ex-Presidente, de 65 anos e que exerceu o cargo entre 2007 e 2012, foi julgado em conjunto com Herzog, também de 65 anos, e Gilbert Azibert, a quem terão prometido em 2017 um posto no Conselho de Estado do Mónaco se este magistrado, que estava então no Supremo, ajudasse na investigação do designado “caso Bettencourt”, referência à investigação ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007 pela mulher mais rica da França, a herdeira da L’Oreal Liliane Bettencourt, acrescenta o Notícias ao Minuto.
O suposto caso de corrupção agora em julgamento foi possível devido ao registo das conversas telefónicas de Sarkozy com o seu advogado, incluídas num outro processo relacionado com um alegado financiamento da sua campanha de 2007 com dinheiro do regime líbio de Muammar Kadhafi.