O País – A verdade como notícia

Sector informal continua concentrado na agricultura

As actividades económicas no sector informal são exercidas por 13.468.100 pessoas em Moçambique, revelam os dados do Inquérito ao Sector Informal referente ao ano 2021 (INFOR 2021). Segundo o Instituto Nacional de Estatística, as províncias de Nampula e da Zambézia têm o maior número de pessoas a exercerem a actividade informal, enquanto a Cidade de Maputo tem o menor número de pessoas no sector.

Segundo o relatório, a nível nacional, no sector informal há paridade entre os indivíduos do sexo masculino e feminino. Contudo, grande parte da população, de 15 anos ou mais anos no informal, exerce as suas actividades para familiares sem remuneração, correspondente a 42,6% do universo, seguido de conta própria sem empregados (30,5%), conta própria com empregado (12,5%) e empresa privada (9,8%).

Segundo o ramo de actividade, conclui o Instituto Nacional de Estatística no documento que acaba de publicar, a maioria da população encontra-se empregue na agricultura e pecuária, correspondente a 74,8% da população com actividade neste sector, precedida de comércio (7,4%) e construção (2,8%).

O documento mostra ainda que pouco mais da metade da população, com 15 anos ou mais anos de idade no sector informal, frequentou o ensino primário (51,3%), seguida da população que nunca frequentou a escola (25,1%) e da que frequentou o ensino secundário (21,3%).

Segundo o documento, mais de 90,0% da população com idade activa empregue no sector informal e com actividade agrária está concentrada no ramo da agricultura, seguido da pesca e aquacultura (2,2%), pecuária (1,2%) e silvicultura e exploração florestal (1,1%). No global, o ramo da agricultura com 80,8%, tal como sucede com o volume de negócio, concentra a maior parte das despesas incorridas pelas unidades de produção engajadas em actividades agrárias do sector informal.

Os dados constam do mais recente Inquérito ao Sector Informal referente ao ano 2021, do Instituto Nacional de Estatística, publicado recentemente. Trata-se do relatório final sobre o sector informal em Moçambique, cujas actividades são caracterizadas por um baixo nível de organização, geralmente de nível familiar, com divisão limitada ou inexistente entre trabalho e capital e relações de trabalho, baseadas em colaboração ocasional, de relação familiar ou de amizade, sem contratos formais.

O documento é elaborado 16 anos após a realização do primeiro inquérito nacional ao sector informal, dado o desfasamento da informação, aliado às dinâmicas que o tecido empresarial vem sofrendo nos últimos tempos, explica a instituição pública no documento.

“O INE viu-se na necessidade de disponibilizar aos utilizadores informação actualizada e que reflicta a realidade do país. Para a materialização desta operação, o INE contou com o apoio do Banco Mundial, seu parceiro estratégico de longo período, que disponibilizou recursos financeiros e materiais para o sucesso da mesma”, lê-se no documento.

Durante o trabalho de campo, o INE diz ter contado com a colaboração das estruturas administrativas do país, desde o nível central, provincial, distrital, municipal, até à circunscrição do bairro ou localidade, na mobilização e sensibilização da população para o alcance da cobertura desejada.

“É nestes termos que o INE lança o relatório do segundo inquérito ao sector informal, INFOR 2021, que é resultado da recolha de dados de campo, decorrida de Outubro a Dezembro de 2021, e que contou com a colaboração contínua de diversos intervenientes da sociedade, sem os quais não seria possível disponibilizar a informação aqui contida”, avança o INE no documento.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos