A proposta do Plano Económico e Social (PES) do próximo ano, em discussão na Assembleia da República (AR), prevê que o sector agrário cresça quatro por cento, incremento a ser influenciado pela produção de cereais, raízes e tubérculos.
No documento, consultado pelo “O País”, a proposta do Executivo de Filipe Nyusi refere que com o programa SUSTENTA, o sector agrário poderá gerar um valor total da produção de cerca de 250 milhões de dólares norte-americanos.
A campanha agrícola 2020/2021 prevê que a produção de cereais atinja 2.9 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3% face a safra anterior, cerca de 900 mil toneladas de leguminosas, 22.5 milhões de toneladas de raízes e tubérculos e três milhões de toneladas de hortícolas.
Nos cereais, o destaque vai para a produção de cerca de 2.2 milhões de toneladas de milho e 384 mil toneladas de arroz. Estes níveis de produção serão garantidos pelo aumento das áreas de cultivo, uso da tracção animal, mecanização agrícola, de semente melhorada, fertilizantes e pesticidas.
“Na área de agricultura as atenções serão para a implementação do Projecto de Gestão Integrada de Agricultura e Recursos Naturais, cujo objectivo do Governo é criar condições necessárias para desenvolver a agricultura, transformando a prática da agricultura familiar que representa 98.7% das explorações agrícolas em cadeias de valor produtivas de larga escala”, indica a proposta do Plano Económico e Social de 2021.
Entretanto, e para assegurar a materialização do Projecto de Gestão Integrada de Agricultura e Recursos Naturais, o Governo vai contratar e capacitar 1.775 extensionistas agro-pecuários para assistir a cerca de 1.5 milhão de famílias.
Num dos seus pressupostos, o PES toma como base a evolução do desempenho socioeconómico registado no primeiro semestre de 2020, influenciado por uma série de entraves, destacando a desaceleração da economia, insegurança no centro e norte, redução do fluxo do Investimento Directo Estrangeiro e baixo volume de importações e exportações.