O novo investimento no negócio de gás natural foi anunciado esta segunda-feira pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia, em representação do Governo e pela petrolífera sul-africana Sasol.
Com o valor, pretende-se desenvolver reservatórios adicionais de gás natural que se encontram ao redor dos campos de Inhassoro e Temane, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane, no âmbito do Contrato de Partilha de Petróleo que teve o Plano de Desenvolvimento revisto pelo Governo em Setembro de 2020.
A Decisão Final de Investimento foi tomada na última sexta-feira, refere uma nota de imprensa enviada ao “O País” pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia.
Segundo o documento, o investimento vai permitir, por um lado, a produção de 23 milhões de giga joules de gás natural por ano, que serão usados para a produção de 30 mil toneladas de gás de cozinha por ano, naquela que será a primeira unidade do género no país. Por outro lado, irá permitir a geração de 450 megawatts (MW) de electricidade na Central Térmica de Ciclo Combinado de Temane, que serão injectados na rede nacional para a eletrificação do país.
Com a produção das 30 mil toneladas por ano de gás de cozinha (GPL), Moçambique deixa de importar cerca de 75% do produto, assegura o Ministério dos Recursos Minerais e Energia.
“O projecto contempla ainda a produção de 4 mil barris de petróleo leve por dia para exportação”, revela a nota de imprensa.
O processo de construção das infra-estruturas de produção de gás natural deverá iniciar em Julho do presente ano e vai empregar directamente mais de 3 mil moçambicanos e gerar outros milhares de empregos indirectos nos próximos três anos, indica o comunicado de imprensa.
Com o investimento, Moçambique dá um passo importante para a transformação interna do gás natural e na industrialização.
Informação partilhada recentemente pela Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas refere que, actualmente, apenas 3% da população moçambicana tem acesso a energias domésticas limpas para cozinhar, enquanto na África Austral 17% da população tem acesso e no continente africano como um todo, 29% da população tem acesso a essas energias limpas para confeccionar os alimentos.