A missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SAMIM) que apoia Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado vai abandonar o país devido a limitações financeiras.
“A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.
Verónica Macamo falava após uma reunião entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o homólogo zambiano, Hakainde Hichilema, que preside o órgão sobre Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Recorde-se que em Agosto de 2023, a SADC aprovou a prorrogação da missão da SAMIM, que está no país desde meados de 2021, por mais 12 meses, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva das forças dos oito países da região que a integram.
Segundo a chefe da diplomacia moçambicana, face às limitações orçamentais, a SADC entendeu que a situação em Moçambique é consideravelmente estável comparada à escalada de violência no leste da República Democrática do Congo, onde, há muito, mais de 120 grupos armados lutam por uma parte do ouro e de outros recursos naturais da região, enquanto efetuam assassínios em massa.
“Os problemas em África são muitos e, neste momento, estamos com duas missões: RDCongo e Moçambique. E a SADC entendeu que, para Moçambique, caso outros países continuem a apoiar-nos com material, incluindo o letal, nós podemos ecfetivamente debelar o terrorismo”, disse.