O atum ainda não chegou aos barcos da Ematum; o mesmo acontece com os salários dos trabalhadores que não chegam as suas contas já há dois meses. Estes dizem que, com o início do ano lectivo à vista, a vida está a ficar complicada para si e para os seus filhos.
“Estamos sem salários de Dezembro e de Janeiro. Ainda não recebemos subsídios de férias, nem o décimo terceiro salário. O ano lectivo começa na sexta-feira, ainda não compramos material escolar nem uniforme para as crianças. Alguns nem sequer conseguiram matricular os seus filhos na escola” disse um dos trabalhadores da empresa que preferiu falar na condição de anonimato receando represálias.
Os trabalhadores dizem igualmente que esta terça-feira tiveram um encontro com a direção dos recursos humanos ”mas não nos disseram nada de concreto. Disseram que, se possível, vão nos pagar na sexta, mas não tem nenhuma certeza.” Referiu outro trabalhador
Estes dizem que ainda não começaram a exercer a actividade de pesca, apesar de serem marinheiros e pescadores de profissão e que nem sabem quando isso vai acontecer. Referem igualmente que já ouviram falar de um investidor americano que pretende se associar a empresa mas nada de concreto foi dito aos trabalhadores “agora só ficamos aqui a guarnecer os navios. E as condições não são boas la. Há muitas baratas e outras coisas que atentam contra a nossa saúde” disseram os queixosos. Estes, aliás, queixam-se de estar a “ a comer carapau e feijão todos dias e porque o salario tarda a chegar estão a sofrer sem alternativa” disseram ainda os trabalhadores.
Não foi ainda, possível ouvir a direção da empresa sobre estas reivindicações, não muito novas, dos trabalhadores.