A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reafirma a sua solidariedade com o Governo e o povo da República do Zimbabwe e reitera os seus apelos ao levantamento incondicional e imediato das sanções impostas a pessoas singulares e instituições do Zimbabwe.
Numa mensagem partilhada com o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, o Presidente da República Democrática do Congo e em exercício da SADC, Félix Tshisekedi, disse que o órgão que dirige “está profundamente preocupada com a alegação de que as sanções são de “natureza direccionada” e visam punir unilateralmente algumas pessoas singulares.
“A realidade é que se regista um efeito de repercussão que afecta o resto do país, em particular devido à criação de uma percepção geral negativa sobre o Zimbabwe em todo o mundo, especialmente nos mercados financeiros mundiais sensíveis”, lê-se numa mensagem enviada ao Presidente Nyusi.
O documento acrescenta que a “percepção resulta em que o país seja incapaz de atrair investimento directo estrangeiro e de ter acesso a linhas de crédito e a outros serviços financeiros tão necessários e essenciais para o desenvolvimento socio-económico do país. Esta situação é ainda mais preocupante dada a necessidade de uma rápida recuperação geral dos efeitos de, pelo menos, dois anos de pandemia da COVID-19 que incapacitou a vida social e económico e que, presentemente, é agravada pelo aumento geral da inflação em todo o mundo”.
Segundo Félix Tshisekedi, a SADC está empenhada na consolidação da democracia na África Austral, e Zimbabwe deverá realizar as suas eleições nacionais regulares em meados de 2023. Neste contexto, o órgão apela àqueles que impuseram sanções ao Zimbabwe para que dêem espaço aos cidadãos do país para exercerem os seus direitos democráticos e não utilizem as sanções como um mecanismo secreto para causar a mudança de regime.
A SADC apoia plenamente a conclusão da Relatora Especial de que as sanções, incluindo as sanções secundárias, e as diferentes formas de cumprimento excessivo pelos bancos e empresas estrangeiras, têm tido um impacto negativo significativo sobre a população e o Governo, exacerbando os desafios económicos e humanitários previamente existentes, acrescentou Tshisekedi.