As acções da Polícia da República de Moçambique (PRM), em colaboração com as lideranças comunitárias, não estão a ser suficientes para travar a onda de roubo de materiais ferroviários de fixação nas linhas férreas de Sena, que liga Beira à vila carbonífera de Moatize; e a linha de Machipanda, que liga Beira ao vizinho Zimbabwe.
Em Janeiro passado, o roubo de materiais ferroviários foi acima de 3.500 unidades, entre chumbadores, chapins e pandrois. O último roubo foi protagonizado na linha de Machipanda, no distrito de Dondo, em Sofala, na passada segunda-feira, supostamente por um indivíduo ora detido.
O acusado foi surpreendido pela Polícia na posse de materiais que pretendia vender para um vizinho, também detido. Este último, que a corporação considera autor moral do crime, confessou o seu envolvimento no crime e explicou que pagava quatro meticais por cada quilo.
Os materiais roubados em diferentes pontos das linhas férreas na região centro do país têm sido vendidos a ferro-velho e empresas de fundição.
Algumas entidades já foram levadas à barra do tribunal, indiciadas de comprar material ferroviário roubado, mas continuam a operar normalmente. O facto levou o director Ferroviário dos Caminhos de Ferro de Moçambique, Boaventura Mahave, na zona centro, a sugerir medidas duras contra os indivíduos acusados de roubo, uma vez que, no seu entender, põem em risco a vida centenas de pessoas, caso haja um descarrilamento de locomotiva.
“Não basta a Polícia e os Caminhos-de-Ferro de Moçambique neutralizar pessoas de má conduta, tal como aconteceu na passada segunda-feira. Temos que tomar acções mais fortes para pôr fim a estas ondas de roubo, nem que as empresas de fundição e as de sucata, envolvidas nestes roubos, fossem enceradas”, afirmou Boaventura Mahave.
Para evitar acidentes ferroviários, técnicos dos CFM-centro fazem vistorias diárias nas duas linhas.