A porta de saída de Venâncio Mondlane da província da Zambézia, depois de uma semana de campanha eleitoral, o distrito de Gurué foi o ponto em que o candidato presidencial apresentou, esta sexta-feira, o seu projecto e/ou pensamento político para Moçambique.
Porque o distrito é uma referência na produção de chá, Venâncio Mondlane começou por dizer que há toda uma necessidade de se revitalizar a indústria de processamento, até porque, defendeu que a mesma perdeu pujança ao longo do tempo. Entende o candidato presidencial não proceder o facto de, hoje, países estrangeiros tomarem à dianteira neste processo.
Mondlane criticou, numa outra abordagem, a degradação das vias de acesso em Gurué. Classificou as mesmas como “péssimas”, considerando, ainda, não ajudarem em nada na dinamização do desenvolvimento local. O engenheiro defendeu, perante os presentes no comício, que é chegado o momento do distrito de Gurué dar um salto no processo de desenvolvimento, sendo para tal fulcral que se dê primazia aos conteúdos locais.
“É importante fazer a renovação das plantações, isto porque as plantas estão velhas. É preciso fazer um investimento financeiro sério, porque a empresa pública Emochá fechou com dívidas por pagar a parte da população daqui. Não há um investimento que se está a fazer”.
É, neste sentido, que vai priorizar também o agronegócio.
Mondlane denunciou, por outro lado, a “exploração ilegal” de recursos minerais, prática que garante combater. “Aqui, em Gurué, há pedras preciosas. O filho do governador está a explorar e é protegido pela polícia. Por isso, pergunto, afinal, Gurué é de quem?”, indagou.
Venâncio Mondlane falou, igualmente, de intolerância política em Gurué. “A intolerância política é grave. Hoje mesmo, o nosso delegado político, que coordena a marcha, encontrou o responsável pelo município com uma camiseta da Frelimo. A polícia é usada para pisar e perseguir a oposição”, acusou.