Depois de Calane da Silva ter perdido a vida, na sexta-feira, os restos mortais foram depositados na morgue do Hospital Geral de Mavalane. Ontem, foi dia do sepultamento, entretanto, antecedido por um cortejo fúnebre.
A urna contendo os restos mortais de Calane foram levadas pela manhã por uma viatura que, durante um percurso de quase 20 minutos, percorreu as avenidas FPLM, Acordos de Lusaka, Joaquim Chissano e a Avenida de Angola, com destino a Masjid Chadulia, a mesquita que acolheu o ritual religioso antes da ida ao cemitério.
Na Chadulia, familiares, amigos e colegas aguardavam pela chegada da urna fora da mesquita, em cumprimento às medidas de prevenção da COVID-19. Depois de cumprido o acto religioso, os restos mortais de Calane da Silva foram a enterrar no cemitério de Michafute, na província de Maputo.
REACÇÕES
“Perdi um grande companheiro, o meu mano, o meu melhor amigo. Ele era um grande homem. Um homem excepcional. Com qualidades fantásticas. Como espirita, era muito humano”. Mário da Silva, irmão de Calane da Silva
“Os escritores moçambicanos, as letras e a literatura moçambicana, estão em luto, porque perderam um dos grandes filhos desta pátria, Sempre foi uma pessoa muito alegre e muito amiga”. Carlos Paradona, secretário-geral da AEMO
“Nós vamos guardar e engrandecer sempre a sua memória. Infelizmente, é o que nos resta: mais homenagens e ficamos com elas. Vamos todos juntos nessa. A dor não é só minha. Todos choram Calane”. Naguib, artista
“Calane da Silva foi professor. E, portanto, muitos jornalistas que hoje trabalham em prol do desenvolvimento dessa profissão passaram pelas mãos de Calane. Portanto, ele deixa um legado extremamente importante”. Fernando Gonçalves, Jornalista
“É verdade que toda vida que se perde é uma dor. Mas a do Calane é para mim uma enorme dor porque o conheci bastante. Ele tinha uma paixão pela palavra e pelo dizer a palavra. Eu adorava dizer poesia com ele”. Anabela Adrianopoulos, amiga de Calane da Silva
Calane é uma figura incontornável da nossa história. Quer pela sua actividade nacionalista, muito antes da independência nacional, na clandestinidade. Ele é, sobretudo, um grande escritor. Um grande poeta e académico. Mário Mangazi, amigo de Calane da Silva