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Responsáveis dizem já ter fundos, mas ainda não sabem quando será encerrada a lixeira de Hulene

Os responsáveis pelo encerramento da lixeira de Hulene e construção do aterro da KaTembe recusam-se a dar prazos sobre o processo por medo de incumprimento. Entretanto, o gestor do projecto de Transformação Urbana de Maputo assegura que o Banco Mundial já disponibilizou fundos para a implementação do plano.

Aproximadamente cinco anos depois do prazo previsto pelo Governo para o encerramento da lixeira de Hulene, os responsáveis pelo processo e pela construção do aterro de KaTembe continuam no meio de incertezas.

“Logo que o aterro da KaTembe estiver pronto, nós vamos encerrar a lixeira de Hulene. Não iria dar datas porque os senhores iriam colocar a minha imagem e chamar-me de mentiroso, então claramente que não vou adiantar nenhuma informação, mas é evidente que se trata de um processo complexo. Não estamos a construir coisas simples, estamos a construir infra-estruturas que necessitam de tempo para sua efectivização”, disse Háfido Abacassamo, gestor de resíduos do projecto de Transformação Urbana de Maputo.

O aterro da KaTembe será erguido numa área de cerca de 25 hectares, identificada pelo Executivo após falhar a construção do aterro de Matlemele. Sobre custos para a construção do novo aterro, o gestor garante que o Banco Mundial já injectou, sem avançar números, fundos.

“Existem por parte do Banco Mundial, dentro do projecto, garantias para a construção do aterro. Existem valores já disponíveis para se iniciar o projecto e, de seguida, realizar a construção do aterro. Isto é um pacote completo e, neste momento, não posso entrar em detalhe porque envolve o encerramento da lixeira e o processo de reassentamento das pessoas que lá desenvolvem suas actividades e fazem suas vidas”, explicou Háfido Abacassamo.

Por sua vez, os residentes e catadores de lixo na lixeira de Hulene pedem transparência e o apoio por parte do Governo na gestão do processo.

“Estamos a pedir ajuda a quem de direito. Temos muitas famílias na lixeira de Hulene que dependem do mesmo local para sobreviver. Assim que encerrarem o local, pedimos que criem soluções e oportunidades de negócios para nós. Há muita gente dependente desse espaço e a lixeira como seu porto seguro”, sugeriu Eduardo Uqueio, catador de lixo na lixeira de Hulene.

Os intervenientes falavam, esta quinta-feira, no workshop de inclusão socioeconómica de catadores de lixo, organizado pelo Conselho Municipal de Maputo, em parceria com o Banco Mundial.

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